tag:blogger.com,1999:blog-78806287930832782882024-03-12T18:17:07.751-07:00CrónicasReginahttp://www.blogger.com/profile/02396040743701585489noreply@blogger.comBlogger23125tag:blogger.com,1999:blog-7880628793083278288.post-40179273556093869392015-03-18T03:33:00.003-07:002015-03-18T03:33:35.233-07:00O Perfume da Vergonha<div style="text-align: center;">
<b>O Perfume da Vergonha</b></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjOiqI3KCJUq2gdqdTBlJSvjE1gpITC1xSYRWq_mJO-iYwFcoMOAJHINXK6F-g7Pp927WzYNSDFFsu1JOieusg9zZCpmA5Na1Bv7sgorzeblkV1yPByXyPajFNnJg2ulall7c56yxtkj78h/s1600/advocacia.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjOiqI3KCJUq2gdqdTBlJSvjE1gpITC1xSYRWq_mJO-iYwFcoMOAJHINXK6F-g7Pp927WzYNSDFFsu1JOieusg9zZCpmA5Na1Bv7sgorzeblkV1yPByXyPajFNnJg2ulall7c56yxtkj78h/s1600/advocacia.jpg" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
A vergonha é um sentimento penoso, que nos assola, e que nos molesta. Sentimos vergonha quando achamos que estivemos aquém de nós próprios, quando sentimos o peso da desonra, ou, quando o carácter fica macilento. Daí entendermos comummente que o pejo evita atos indecorosos evitando a indignação e revolta.</div>
<div style="text-align: justify;">
Vergonha foi o que eu senti, não só como advogada, mas também como cidadã, quando ouvi as palavras proferidas pelo colega Dr.º João Araújo, um banquete explícito de ofensas, ornamentado com palavras bastante tenazes e ofensivas no dia 16 de Março. Não foi parco nas palavras, não se coibiu de ser inconveniente e de insultar uma jornalista dizendo-lhe que cheirava mal e que deveria tomar banho resvalando este discurso para um final cavernoso quando diz “esta gajada mete-me nojo”. Senti vergonha!</div>
<div style="text-align: justify;">
Um advogado é indispensável à administração da justiça e, como tal, deve ter um comportamento público e profissional adequado à dignidade e responsabilidades da função que exerce, reforçando ainda no seu n.º2 que, a honestidade, probidade, rectidão, lealdade, cortesia e sinceridade são obrigações profissionais, artigo 83.º do Estatuto da Ordem dos Advogados. Não se coaduna de todo com o cenário ocorrido aos pés do Tribunal Constitucional, onde ganhei vertiginosamente naqueles instantes consciência de todos os músculos do meu corpo devido ao contorcionismo itinerante que perseguia avidamente cada palavra temerária do Doutor João Araújo.</div>
<div style="text-align: justify;">
Uma falta de savoir faire grotesca, um comportamento indelicado que varou grosseiramente o Estatuto da Ordem dos Advogados desrespeitando-o e, pondo em causa os deveres e o papel do advogado na sociedade. Independentemente dos motivos que possam existir e que, não são descortinados, lamento este triste episódio, que ofende, desprestigia e faz enrubescer a classe, onde a vergonha saiu de cena entregando o seu papel principal à arrogância e à falta de cortesia e profissionalismo. Creio na resiliência da vergonha e na sua constante metamorfose, esperando assim que ela espreite e levante a sua bandeira de desculpas, demonstrando que a inteligência suplantou a vaidade de forma a subir nas escadas da moralidade, fazendo</div>
<div style="text-align: justify;">
desta forma respirar e viver a honra dos advogados! </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
Uma cidadã e advogada.Reginahttp://www.blogger.com/profile/02396040743701585489noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7880628793083278288.post-14629320385997209352015-03-18T03:30:00.004-07:002015-03-18T03:30:54.061-07:00A Declaração Universal dos Direitos do Homem não é um esboço!<div style="text-align: center;">
<b>A Declaração Universal dos Direitos do Homem não é um esboço!</b></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEju_peNv8Soe1i4o6hLynQL7RYy0yK7KrVXXH4A8Hl7FppxUgufl-oxb80AFV2UIeIPptX-AnO-3UhUdefys5Clej0ezun8FG7VOPDzjUyFzo_bc3ho-yisk3xb0IEV5yOpfcr_tNrNPO8Y/s1600/3+macacos.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEju_peNv8Soe1i4o6hLynQL7RYy0yK7KrVXXH4A8Hl7FppxUgufl-oxb80AFV2UIeIPptX-AnO-3UhUdefys5Clej0ezun8FG7VOPDzjUyFzo_bc3ho-yisk3xb0IEV5yOpfcr_tNrNPO8Y/s1600/3+macacos.jpg" height="128" width="320" /></a></div>
<br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
O apelo da Amnistia Internacional tem estado na ordem dia, no que diz respeito à suspensão voluntária do direito de veto dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da Organização dos Nações Unidas de forma a barrar resoluções quando estão em causa situações de genocídio, crimes de guerra e crimes contra a humanidade. Penso que a opinião é consentânea e pouco efervescente, quando nos reportamos a 2014 e nos deparamos com as falhas gravíssimas e reiteradas na proteção de milhões de pessoas subjugadas à violência hedionda dos seus governos ou de grupos militantes armados, como no Estado Islâmico, o Boko Haram ou Al-Shabab. Se atentarmos para o relatório anual das Nações Unidas sobre a situação dos direitos humanos no mundo, divulgado 25 de Fevereiro do presente ano, a Amnistia Internacional cataloga o ano anterior como “um ano catastrófico” e “devastador” no que diz respeito a milhões de pessoas que sofrem em zonas de guerra ou foram envolvidas em conflitos. Não é necessário sermos cidadãos muito atentos para nos apercebermos que os exemplos não são parcos, a guerra civil em curso na Síria já ceifou 200 mil vidas, o Estado Islâmico, que se apoderou de uma extensa parcela territorial do Iraque, ao assalto a Gaza pelas Forças de Defesa de Israel assassinou mais de 2000 pessoas, aos crimes pérfidos de Boko Haram na Nigéria ou à violência sectária e religiosa na República Centro-Africana e no Sudão do Sul.</div>
<div style="text-align: justify;">
Todas estas situações têm despoletado uma ataraxia revoltante por parte da comunidade internacional. Todos os dias somos bombardeados com informações que nos fustigam a sensibilidade e verificamos que a inércia tem sido gutural perante as atrocidades que se materializaram e materializam com as repressões, violações, ataques, perseguições e esventramento aos direitos humanos em praça pública. Esta amorfidade dolosa em não ter assistido milhões de pessoas, tanto no holocausto do mar mediterrâneo, ou na Síria onde mais de 7 milhões de pessoas foram compelidas a deixar os seus lares tem provocado uma grande revolta ígnea e desconcertante. O problema é que esta facínora encontra-se escudada sobre um chavão blindado à prova de direitos humanos, que nos convence que tudo isto é necessário para manter a "segurança nacional" (o que também se pode ler no relatório).</div>
<div style="text-align: justify;">
Não me consigo conformar com o olhar desinteressado, com o assobio de soslaio, com o fracasso internacional miserável que todos temos presenciado, tudo isto desagua numa morfogénese dos direitos humanos fazendo-os recuar no tempo e status envergonhando-os. Há 60 anos, em Paris, no dia 10 de dezembro de 1948, os representantes dos 56 países membros da Organização das Nações Unidas aprovaram a Declaração Universal dos Direitos Humanos. O texto foi ratificado com 48 votos</div>
<div style="text-align: justify;">
a favor, 8 abstenções e nenhum voto contra.Os números de mortes registados em 2014 são um ultraje que fazem corar essa data!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhG06olfVh9lzGDkqSo_IbQmwMduQmn2LZjK0MMyXMHQ2LcSYYAmtTYaUe6u636GuJNk2-QU4a67BYkMElE4R0hobsk0f0PrNyHPfTlIQfMOH5NuWrEFHvyRUSgH7Gn-SJwP7snGTQAI6aq/s1600/EleanorRooseveltHumanRights.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhG06olfVh9lzGDkqSo_IbQmwMduQmn2LZjK0MMyXMHQ2LcSYYAmtTYaUe6u636GuJNk2-QU4a67BYkMElE4R0hobsk0f0PrNyHPfTlIQfMOH5NuWrEFHvyRUSgH7Gn-SJwP7snGTQAI6aq/s1600/EleanorRooseveltHumanRights.png" height="253" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
Reginahttp://www.blogger.com/profile/02396040743701585489noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7880628793083278288.post-41309193215747927372015-03-18T03:27:00.001-07:002015-03-18T03:27:41.347-07:00Re-Food - Quando o desperdício se torna vital<div style="text-align: center;">
<b>Re-Food - Quando o desperdício se torna vital</b></div>
<div style="text-align: center;">
<b><br /></b></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgqOzwHBhdsQ2loYgBho9etUZ9MDQFAOC-7ifiltlCxdDN3QI71nBQSaWIw_-1tZBkM0Xvq1TMvcVo-FN7erPFDwEp3T4cVKb7oCK7s7-TPaKZp1gT1TOeIAhV18Bk24htsBnogXMyonKXp/s1600/refood.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgqOzwHBhdsQ2loYgBho9etUZ9MDQFAOC-7ifiltlCxdDN3QI71nBQSaWIw_-1tZBkM0Xvq1TMvcVo-FN7erPFDwEp3T4cVKb7oCK7s7-TPaKZp1gT1TOeIAhV18Bk24htsBnogXMyonKXp/s1600/refood.jpeg" height="181" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<b><br /></b></div>
<br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
Para percebermos a origem desta distinta iniciativa, teremos de recuar até 2011, quando Lisboa se deparou com uma figura emblemática e singular, inicialmente conhecido como o “estrangeiro maluco” que conduzia uma bicicleta e distribuía por famílias carenciadas sobras de alimentos que recolhia de restaurantes. Esse probo “estrangeiro maluco” chama-se Hunter Halder, e é o fundador de um dos projetos mais solidários e virtuosos alguma vez implementados em Lisboa, o Re-food.</div>
<div style="text-align: justify;">
Investido de uma perspetiva utilitarista, assume como objetivo principal o resgate das sobras alimentares dos diferentes estabelecimentos de forma a aquecer estômagos vazios, aferir esperança e combater os espasmos espectrais da fome. Um utilitarismo, que segundo a minha ótica, completamente fascinada pelo projeto, remonta taxativamente à doutrina ética postulada por Jeremy Bentham e John Stuart Mill defendendo que as ações são boas quando tendem a promover a felicidade e más quando tendem a promover o oposto da felicidade, enaltecendo o princípio do bem-estar máximo.</div>
<div style="text-align: justify;">
Assim, o Re-food é o resultado da projeção e materialização de um esforço humanitário de cariz voluntário a nível local, onde os voluntários reúnem empenho e amor em prol do próximo, guiados por uma moral eudemonista coletiva. É bastante sensibilizante a solidariedade humana que se sente no interior destas instalações, onde tive o privilégio de presenciar, no Re-food da Freguesia da Estrela, e desde já os meus parabéns para a equipa fantástica e incansável, o cuidado e a dedicação que se sentia nas mãos e palavras dos voluntários ”Esta refeição é para aquecer porque o casal não tem eletricidade.” Deixa-nos a pensar, a fome, esse flagelo social, um czar impendioso, segundo as palavras de N. Nekrasov, que apenas pode ser combatido com comida, e não através de palavras preocupadas ou opiniões não comestíveis, comida resgatada pelas equipas de cidadãos que salvam mais de 20.000 refeições por mês, a um custo real de menos de 10 cêntimos por refeição. Um modelo brilhante, portador de uma extensão solidária desmesurada, eficiente e eficaz, otimizando assim os recursos comunitários que anteriormente se encontravam subaproveitados.Tudo isto através de uma fórmula simples e inovadora que em</div>
<div style="text-align: justify;">
simultâneo é gratificante para quem ajuda e nevrálgico para quem recebe essa ajuda.</div>
<div style="text-align: justify;">
Como podemos ver, tudo começou com um homem, uma visão e uma bicicleta, e esse homem “estrangeiro maluco” faz eco a Kafka quando dizia que os bons vão ao passo certo, os outros, ignorando-os inteiramente, dançam à volta deles a coreografia da hora que passa. As horas com a impetuosidade do tempo transformaram-se em dias, meses e anos, e hoje, deixa atrás de si um legado inebriante e inspirador que nos obriga a dobrar e a fazer uma vénia a Hunter Halder e, a todos os seus séquitos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Parabéns!</div>
Reginahttp://www.blogger.com/profile/02396040743701585489noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7880628793083278288.post-11953564541603707722015-02-12T02:48:00.001-08:002015-02-12T02:48:18.474-08:00<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiK8g2E4jyAEHal5QLOKc_fYg9IxatAosXXonZ6bWNwuTrg71VxCeuOPKOG74wy_d0Ukf3UsO_rJr7bRrA-eqgtyr4K84sfCvSpFA4Zi97QCbnkECMpEukVtgzqN6psOTNrGhNTtIdGcQ4z/s1600/Birdman+pic.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiK8g2E4jyAEHal5QLOKc_fYg9IxatAosXXonZ6bWNwuTrg71VxCeuOPKOG74wy_d0Ukf3UsO_rJr7bRrA-eqgtyr4K84sfCvSpFA4Zi97QCbnkECMpEukVtgzqN6psOTNrGhNTtIdGcQ4z/s1600/Birdman+pic.jpg" height="180" width="320" /></a></div>
<br />
<div style="text-align: center;">
<i>Birdman,</i> uma esperada virtude da Mestria</div>
<br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
Alejandro Iñárritu, soçobra-nos desde sempre a um cinema não convencional, com a polarização da comunicação, narrativas com quebras de organização cronológica, câmaras desequilibradas pelas emoções e bandas sonoras verdadeiramente inspiradoras!<br />Amores Perros encontra-se submerso numa estética da brutalidade, de violência real e desconfortável numa narrativa fragmentada, diferente do mundo isotérico das 21 gramas da alma de cada um de nós, metaforizando o que perdemos e ganhamos durante o nosso percurso de vida, que nos compadece com a fragilidade da vida e embevece com a delicadeza de Naomi Watts. Babel, um grandioso momento do cinema, enaltecendo a inocência dos atos, galvanizando o mito bíblico, é um filme inefável e intemporal. Depois de fechar esta “trilogia da vida” onde a disparidade urbana, existencial e identitária está inculcada, somos brindados com Biutiful, um belo drama intenso familiar onde acompanhamos a arco de degradação de Uxbal, marcado pela sobrenaturalidade, suspense e, pela relutância indómita da partida.<br />Todo este cenário emoldurado pela singularidade do ethos, choque e moléstia que fazem perder a cor das fronteiras de sentimentos antagónicos, se modifica quando Iñárritu foge à sua zona de conforto e nos presenteia com uma maravilhosa comédia, mudando assim drasticamente todo o seu norte cinematográfico à qual não estávamos habituados. Birdman, uma verdadeira ópera gutural de entretenimento orquestrada com uma grande mestria, protagonizado pelo inebriante Michael Keaton, que vive na sombra que o assombra de uma antiga glória procurando incessantemente ser reconhecido pelas ovações teatrais. Envolvidos por este mundo absorvente, entre cortinas e corredores, é difícil estabelecermos uma destrinça entre a "vida real" e a encenada pelos atores, o que, antieticamente nos absorve e apaixona. Uma dicotomia, porém amorosa, entre a realidade e a ilusão onde o almejado se manifesta pela voz grossa e figura ubiquista de Birdman, o seu alter-ego sarcástico, indissociável de Riggan. Birdman é uma voz omnipresente que questiona todos os seus atos, retratando o mundo físico e palpável que o rodeia, tudo isto captado por uma câmara indiscreta que sequiosamente persegue todos os atores de forma sequencial. Um filme crítico a Hollywood, à Broadway alastrando-se para a indústria do entretenimento e, em especial ao ego singular e à definição de arte, fazendo-nos questionar a cada minuto qual a nossa<br />relevância e missão individual no mundo. Desta vez não somos deliciados pelas mágicas e sensíveis mãos de Gustavo Santaolalla, que nos remexe o interior mais cavernoso e iluminado transportando-nos com tanta delicadeza para diferentes estados de espírito mas somos sim empurrados pelos frémitos das mãos fortes de Antonio Sanchez a um ritmo de baquetas esquizofrénicas mas que se silenciam para deixar brilhar as cenas de atuação.<br />Um banquete emocional agridoce, poético, portador de um âmago do tamanho da pupila desmesurada de Iñárritu, expurgado de pudicícia, transborda simbolismo, com um clímax maravilhosamente pessoal e complexo, faz-nos perscrutar silenciosamente o nosso sentido em analepse.Tudo isto com o toque indelével de um dos melhores realizadores de sempre, esperemos que este novo registo seja o crepúsculo de uma aurora futura!</div>
Reginahttp://www.blogger.com/profile/02396040743701585489noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7880628793083278288.post-29565667663001076462015-01-29T02:08:00.001-08:002015-01-29T02:09:06.501-08:00"Não lhe posso bater sou um Homem!"<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjt8CHENU3Ama-wRdAejCrsO8ugUp1QV53TsSrmr9ph_3N5lwpZmdg0ZTsU5e2fEJpxJ7gf_bq4GuaEWXpozFXtuitX3Gg4N3J4yjx_i8r7HhF441szj35f9gVg7HVMD_gRFD2s8cmiXB8k/s1600/padecendo_dalle_video.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjt8CHENU3Ama-wRdAejCrsO8ugUp1QV53TsSrmr9ph_3N5lwpZmdg0ZTsU5e2fEJpxJ7gf_bq4GuaEWXpozFXtuitX3Gg4N3J4yjx_i8r7HhF441szj35f9gVg7HVMD_gRFD2s8cmiXB8k/s1600/padecendo_dalle_video.png" height="214" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen="" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://ytimg.googleusercontent.com/vi/4MN-rxTONfQ/0.jpg" frameborder="0" height="266" src="http://www.youtube.com/embed/4MN-rxTONfQ?feature=player_embedded" width="320"></iframe></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #666666; font-family: Titillium, Arial, sans-serif; font-stretch: inherit; line-height: 28.7999992370605px; margin-bottom: 1em; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="font-size: x-small;">Quem é que ainda não viu o video mais comovente dos últimos dias?</span></div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #666666; font-family: Titillium, Arial, sans-serif; font-stretch: inherit; line-height: 28.7999992370605px; margin-bottom: 1em; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="font-size: x-small;">Este vídeo foi produzido por um jornal italiano “<em style="border: 0px; font-family: inherit; font-stretch: inherit; font-variant: inherit; font-weight: inherit; line-height: inherit; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Fanpage</em>” no âmbito de uma campanha de sensibilização versando acerca da reação das crianças relativamente à violência contra as mulheres. Após uma breve apresentação dos meninos com idades compreendidas entre os sete e os onze anos, estes são surpreendidos pela presença inesperada de uma menina, Martina. Depois da sua introdução e da timidez latente são exortados a ter atitudes carinhosas para com ela, que as têm, até que, na parte final, é-lhes dito para lhe baterem “<em style="border: 0px; font-family: inherit; font-stretch: inherit; font-variant: inherit; font-weight: inherit; line-height: inherit; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">dagli</em><em style="border: 0px; font-family: inherit; font-stretch: inherit; font-variant: inherit; font-weight: inherit; line-height: inherit; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"> </em><em style="border: 0px; font-family: inherit; font-stretch: inherit; font-variant: inherit; font-weight: inherit; line-height: inherit; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">uno</em><em style="border: 0px; font-family: inherit; font-stretch: inherit; font-variant: inherit; font-weight: inherit; line-height: inherit; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"> </em><em style="border: 0px; font-family: inherit; font-stretch: inherit; font-variant: inherit; font-weight: inherit; line-height: inherit; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">schiaffo</em><em style="border: 0px; font-family: inherit; font-stretch: inherit; font-variant: inherit; font-weight: inherit; line-height: inherit; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"> </em><em style="border: 0px; font-family: inherit; font-stretch: inherit; font-variant: inherit; font-weight: inherit; line-height: inherit; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">forte!</em>“. Pois as reações são inéditas e as expressões ímpares e tão veementes! As crianças demonstram uma grande relutância em desferir qualquer gesto malicioso para com Martina, é simplesmente maravilhoso o olhar espectral e de relutância que eles nos demonstram. Deliciam-nos com frases como<em style="border: 0px; font-family: inherit; font-stretch: inherit; font-variant: inherit; font-weight: inherit; line-height: inherit; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"> </em><em style="border: 0px; font-family: inherit; font-stretch: inherit; font-variant: inherit; font-weight: inherit; line-height: inherit; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">“É uma rapariga não o posso fazer!”, “Porque não a posso magoar!”, “Porque sou contra a violência”</em> ou<em style="border: 0px; font-family: inherit; font-stretch: inherit; font-variant: inherit; font-weight: inherit; line-height: inherit; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"> </em><em style="border: 0px; font-family: inherit; font-stretch: inherit; font-variant: inherit; font-weight: inherit; line-height: inherit; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">“Porque sou um Homem</em>!”. São três minutos de ternura pueril, que nos faz pensar na degradação exangue de valores.</span></div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #666666; font-family: Titillium, Arial, sans-serif; font-stretch: inherit; line-height: 28.7999992370605px; margin-bottom: 1em; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="font-size: x-small;">A violência doméstica explícita ou velada, tem ganho contornos varonis e tem subido com passos vigorosos e sem pruridos ao palco internacional completamente nua e despojada de preconceitos. É um fenómeno cada vez mais descortinado nas nossas sociedades. Obviamente que a violência doméstica não atinge só mulheres, atinge também homens, crianças, pessoas idosas, deficientes e dependentes.</span></div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #666666; font-family: Titillium, Arial, sans-serif; font-stretch: inherit; line-height: 28.7999992370605px; margin-bottom: 1em; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="font-size: x-small;">Só em Portugal, a mais recente contabilidade apresenta-nos o número de 42 mulheres mortas no último ano. Nos últimos dez anos, verifica-se a morte de 398 mulheres vítimas de violência doméstica. Para além das 42 vitimas mortais, a UMAR sinalizou ainda 46 tentativas de homicídio contra mulheres perpetradas por ex-companheiros e familiares próximos. Contudo, embora estes números representem uma barbárie, parafraseando Maria Macedo, diretora técnica da <a href="http://www.amcv.org.pt/" style="-webkit-transition-duration: 0.2s; -webkit-transition-timing-function: ease; border: 0px; color: #2f7a29; font-family: inherit; font-stretch: inherit; font-style: inherit; font-variant: inherit; font-weight: inherit; line-height: inherit; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; transition-duration: 0.2s; transition-timing-function: ease; vertical-align: baseline;">Associação de Mulheres Contra a Violência</a> (AMCV) “<em style="border: 0px; font-family: inherit; font-stretch: inherit; font-variant: inherit; font-weight: inherit; line-height: inherit; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Uma mulher morta que seja é sempre um número altíssimo”.</em></span></div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #666666; font-family: Titillium, Arial, sans-serif; font-stretch: inherit; line-height: 28.7999992370605px; margin-bottom: 1em; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="font-size: x-small;">A violência doméstica é transversal à cor, raça, religião, ou classe social, é universal, perversa e sórdida. Não é de todo um tema bonito ou agradável, muito pelo contrário é triste, feia e vergonhosa, destarte não pode ser silenciada por etiquetas sociais ou sentimentos votivos. Existem valores e princípios sumptuosos, intumescidos de amor e bondade. Este vídeo deixou-me feliz, esperançosa e muito comovida com os princípios destas crianças. Faz-me acreditar que todas as historias de amor, independentemente do género, não tenham apenas um prefácio apaixonado, mas, que tenham também vertido nas últimas páginas palavras de respeito, companheirismo e de amor, na sua aceção mais bonita e humana!</span></div>
Reginahttp://www.blogger.com/profile/02396040743701585489noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7880628793083278288.post-5682775551039340552015-01-15T03:30:00.000-08:002015-01-15T03:30:44.247-08:00<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj65PwFVNZxKW0JkH3IGt_qXLgbrqJsOiuF92px6L0R6-Qsvso1GIwvvKwfDb2od9vhDn-bIsWgBtN_a-e_TOYoNixZoo5fHUVpsqAVOa7q51Pyrh7bxp_2nymNIiD3g_96tWPoCKGdFsz_/s1600/fotografia+artigo+icote.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj65PwFVNZxKW0JkH3IGt_qXLgbrqJsOiuF92px6L0R6-Qsvso1GIwvvKwfDb2od9vhDn-bIsWgBtN_a-e_TOYoNixZoo5fHUVpsqAVOa7q51Pyrh7bxp_2nymNIiD3g_96tWPoCKGdFsz_/s1600/fotografia+artigo+icote.jpg" height="320" width="209" /></a></div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #666666; font-family: Titillium, Arial, sans-serif; font-size: 18px; font-stretch: inherit; line-height: 28.7999992370605px; margin-bottom: 1em; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<br /></div>
<h1 class="post-title" style="background-color: white; border: 0px; color: #444444; font-family: Titillium, Arial, sans-serif; font-size: 38px; font-stretch: inherit; font-weight: 400; letter-spacing: -1px; line-height: 1.3em; margin: 0px 0px 10px; padding: 0px; vertical-align: baseline; word-wrap: break-word;">
2014 em Câmara ardente</h1>
<div>
<br /></div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #666666; font-family: Titillium, Arial, sans-serif; font-size: 18px; font-stretch: inherit; line-height: 28.7999992370605px; margin-bottom: 1em; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
O final do ano aproxima-se, encerram-se novos capítulos, alimentam-se esperanças, traçam-se novos planos, enfeitam-se expectativas. É como se estivéssemos a decorar varonilmente uma árvore de natal cheia de desejos brilhantes e promissores, tudo equilibrado sobre uma fé veemente, uma vontade sequiosa e obstinada, onde Murphy é um otimista! De chofre faz-se uma sinopse do peso do ano que carregamos sobre a nossa coluna vertebral, podendo esta oscilar sobre vários vértices e vontades. Pensamos no que correu bem no que correu mal, o que ficou por fazer, por dizer, as nossas falhas, enfim, damos por nós perante uma panóplia infindável de frases inacabadas, sem a correta pontuação e ênfase final, o normal, ninguém tem vidas perfeitas, nem mesmo aqueles que apregoam tal quimera.</div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #666666; font-family: Titillium, Arial, sans-serif; font-size: 18px; font-stretch: inherit; line-height: 28.7999992370605px; margin-bottom: 1em; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
Ora bem, nesta fase, toda a nossa fé resvala para 2015. No próximo ano é que vai ser, vou ser aquilo que não fui, não vou ser tão egoísta, vou ao ginásio, vou separar sempre o lixo (sem desculpas), fazer dieta depois do natal e o ano todo, vou ler 2 livros por mês, ver 3 filmes por semana e, outras coisas mais, guardadas pelas portas envergonhadas e lacónicas da vontade e do livre arbítrio. Tudo isto se encaixa em doze meses. A esperança tem doze meses, quatro estações e momentos que ultrapassam a permeabilidade destas barreiras por nós impostas.Mas afinal quem é cortou a vida em meros pedaços de anos cada um com doze meses? Em doze meses conseguimos compartimentar e recalcar sentimentos, memórias, o amor, a dor e, acima de tudo quantificar e precisar. No ano de 2014 conseguimos precisar, infelizmente, a morte do grande Eusébio, os jogos olímpicos de Inverno na Rússia, o processo de anexação da Crimeia pela Rússia, o sequestro das 200 meninas na Nigéria, a Liga dos Campeões em Lisboa, o mundial no Brasil, os acesos conflitos na faixa de Gaza, a crise do BES, a atribuição à querida Malala Yousafzai do prémio nobel da paz, e, para finalizar, a prisão do engenheiro José Sócrates ( cumpri uma ordem cronológica!).</div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #666666; font-family: Titillium, Arial, sans-serif; font-size: 18px; font-stretch: inherit; line-height: 28.7999992370605px; margin-bottom: 1em; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
O tempo encontra-se assim segmentado, comprimido, e quando chegamos a Dezembro, a nível gráfico na nossa cabeça, fixamos o olhar no fim do calendário, não há mais meses e temos de erguer verticalmente a cabeça procurando um novo começo. Neste gesto está imprimido um reset, uma amnésia rápida, convalescente e frenética para um mês que brilha com um placar luminoso, Janeiro. É tão bom poder dizer “o ano passado”, parece que já está bem longe de nós, está despegado, temos menos culpa, tão longe que tal acontecimento se encontra envolto num nevoeiro tão compacto que quase não se consegue perceber ou decifrar nada, e no entanto, tendo em conta os doze meses, poderá ter sido o mês passado, mas não interessa, foi o ano passado.</div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #666666; font-family: Titillium, Arial, sans-serif; font-size: 18px; font-stretch: inherit; line-height: 28.7999992370605px; margin-bottom: 1em; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
Por fim, mais um ano se aproxima, mais uma oportunidade de sermos melhores, de fazermos as coisas bem, de sermos bons uns para os outros e, de fazermos valer tudo a pena. Damos corda a nós próprios, insuflamo-nos durante a subida, enchemos os níveis de esperança e expectativa e içamo-nos através da inércia magnética para 2015. Esperemos que na descida no calendário até 2016 o melhor de 2014 seja o pior de 2015.</div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #666666; font-family: Titillium, Arial, sans-serif; font-size: 18px; font-stretch: inherit; line-height: 28.7999992370605px; margin-bottom: 1em; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
Um bom ano para todos!</div>
Reginahttp://www.blogger.com/profile/02396040743701585489noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7880628793083278288.post-85549323790347191592015-01-14T15:33:00.000-08:002015-01-14T15:33:14.686-08:00<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center;">
<i><span style="mso-fareast-font-family: "MS 明朝"; mso-fareast-theme-font: minor-fareast;"><br /></span></i></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgUCkFFUzC1fRq8nP2K1VYiiJEQ0aqY60yY77pUTx_T03NNZqItmZigmP7cVcrLi5Ju21MV4HwbQ1m58M2BSMAUUEd6YFZ6gTbTZ2LJCD-KzyAbSMGxSTkLcq5IpjBE4Cx4dyCHtRAIdtlT/s1600/nigeria.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgUCkFFUzC1fRq8nP2K1VYiiJEQ0aqY60yY77pUTx_T03NNZqItmZigmP7cVcrLi5Ju21MV4HwbQ1m58M2BSMAUUEd6YFZ6gTbTZ2LJCD-KzyAbSMGxSTkLcq5IpjBE4Cx4dyCHtRAIdtlT/s1600/nigeria.jpg" height="320" width="320" /></a></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center;">
<i><span style="mso-fareast-font-family: "MS 明朝"; mso-fareast-theme-font: minor-fareast;"><br /></span></i></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center;">
<i><span style="mso-fareast-font-family: "MS 明朝"; mso-fareast-theme-font: minor-fareast;"><br /></span></i></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center;">
<i><span style="mso-fareast-font-family: "MS 明朝"; mso-fareast-theme-font: minor-fareast;">“É
solitário morrer em África!”</span></i><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><o:p></o:p></i></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center;">
<i><span style="mso-fareast-font-family: "MS 明朝"; mso-fareast-theme-font: minor-fareast;"><br /></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="mso-fareast-font-family: "MS 明朝"; mso-fareast-theme-font: minor-fareast;">O
ano de 2015 não começou da melhor forma, acho que todos os desejos e votos por
nós vociferados para o mundo no crepúsculo de 2015 não foram suficientemente
fortes para evitar os últimos trágicos acontecimentos que têm marcado de forma
exangue a atualidade... </span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="mso-fareast-font-family: "MS 明朝"; mso-fareast-theme-font: minor-fareast;">O
atentado em Paris foi obsceno, um ato bárbaro perpetuado por pessoas envoltas
em ideologias que não consigo perceber, mas, o que aconteceu na Nigéria com
todos os requintes de malvadez a adornarem os atentados e as mortes
ultrapassaram o abismo vilipendioso da maldade! <i>“Os explosivos estavam
colados à volta do corpo da menina que parecia não ter mais de dez anos</i>”,
disse a <i>Reuters</i> a uma fonte policial. Não consigo visualizar sequer que
tal ato torpe e infame seja perpetuado no corpo imaculado e cândido de uma
menina de 10 anos! Pelo menos 20 pessoas morreram no <i>“Monday Market</i>” na
cidade de Maiduguri. Vive-se um clima de horror e terror latente na Nigéria, os
radicais islâmicos estão a atacar as zonas em redor, perscrutando sequiosamente
locais que emanem vida com uma vontade sanguinária desmedida. Algumas fontes
relatam que os números já ascendem a 2000 mil mortos, sim, são mesmo três
zeros, não há erro numérico....</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="mso-fareast-font-family: "MS 明朝"; mso-fareast-theme-font: minor-fareast;">Não
quero resvalar para o<i> cliché</i> que mais tenho lido nestes dias, contudo é
verdade, e após o desenrolar deste cenário depravado, não existiu nenhum
momento mágico de união mundial onde os chefes de Estado entrelaçam os braços e
caminhem com passos peremptórios e categóricos por uma capital do mundo
rezando, defendendo ou honrando as pessoas que morreram inocentemente<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>na Nigéria!</span><o:p></o:p></div>
<div style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; mso-background-themecolor: background1; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri; font-size: 11.0pt; line-height: 150%; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: "MS 明朝"; mso-fareast-theme-font: minor-fareast; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">O Arcebispo da cidade de <i>Jos, Ignatius
Kaigama</i>, pediu encarecidamente que a mesma atenção fosse dada as militantes
que atuam com cada vez mais violência no nordeste do país africano. É urgente a
necessidade de ajuda neste país! Em entrevista ao programa<i> Newsday, </i>da
BBC, o arcebispo disse que o massacre em Baga é a prova de que o Exército do
país não consegue conter Boko Haram e os seus séquitos. Porque é que o espírito
não se multiplica? Porque não nos organizamos em prol da vida de pessoas iguais
aquelas que morreram em Paris? O que é que muda? É a cor da pele? É a
nacionalidade? É por não terem a Torre<i> Eiffel</i> ou o<span style="mso-spacerun: yes;"> </span><i>Louvre?</i> Somos diferentes em que
afinal? Tem menos valor a vida de um nigeriano?</span><span style="font-family: Calibri; font-size: 11.0pt; line-height: 150%; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-hansi-theme-font: minor-latin;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="mso-fareast-font-family: "MS 明朝"; mso-fareast-theme-font: minor-fareast;">Estou
dolentemente revoltada com tudo isto, e a situação <i>Je suis Charlie</i> veio
aguçar de forma estoica ainda mais a minha liberdade de expressão, já que é um
direito que a todos assiste, tal como o direito à vida, direito que tem sido
plissado! </span><o:p></o:p></div>
<div style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; mso-background-themecolor: background1; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri; font-size: 11.0pt; line-height: 150%; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: "MS 明朝"; mso-fareast-theme-font: minor-fareast; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">Este cruzar de braços mundial está a causar-me
arrepios de insurreição, apetece-me<span style="mso-spacerun: yes;">
</span>fazer-lhes cócegas com caracter de admoestação a esses braços amorfos e
misantropos e ciciar-lhes <i>" Estão a ser hipócritas!"</i>. Apesar
de ter muita fé no mundo em que vivemos e achar que esta repleto de pessoas
boas com uma enorme capacidade de amar e de ajudar o próximo, por vezes vejo
que esses nobres princípios jogam às escondidas com o poder num exercício de
sombras ardiloso, egoísta e ganancioso.</span><o:p></o:p></div>
<div style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; mso-background-themecolor: background1; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri; font-size: 11.0pt; line-height: 150%; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: "MS 明朝"; mso-fareast-theme-font: minor-fareast; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">Valendo-me de John Done, será que não
percebemos que a morte de cada Homem diminui-nos? Porque Nós fazemos parte da
Humanidade, daí nunca devermos perguntar por quem dobram os sinos, porque<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>é por Nós! </span><o:p></o:p></div>
<div style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; mso-background-themecolor: background1; text-align: justify; vertical-align: top;">
<span style="font-family: Calibri; font-size: 11.0pt; line-height: 150%; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: "MS 明朝"; mso-fareast-theme-font: minor-fareast; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">Tenho mesmo de concordar com o editor do jornal<span class="apple-converted-space"> “</span><em><span style="font-family: Calibri; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">The Namibian”</span></em><span style="border: none windowtext 1.0pt; mso-border-alt: none windowtext 0cm; padding: 0cm;">, Wonder Guchu “<i>É solitário morrer </i></span><i>em
África!". </i></span><span style="color: #363635; font-family: Arial; font-size: 10.5pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<!--[if gte mso 9]><xml>
<o:OfficeDocumentSettings>
<o:AllowPNG/>
</o:OfficeDocumentSettings>
</xml><![endif]-->
<!--[if gte mso 9]><xml>
<w:WordDocument>
<w:View>Normal</w:View>
<w:Zoom>0</w:Zoom>
<w:TrackMoves/>
<w:TrackFormatting/>
<w:PunctuationKerning/>
<w:ValidateAgainstSchemas/>
<w:SaveIfXMLInvalid>false</w:SaveIfXMLInvalid>
<w:IgnoreMixedContent>false</w:IgnoreMixedContent>
<w:AlwaysShowPlaceholderText>false</w:AlwaysShowPlaceholderText>
<w:DoNotPromoteQF/>
<w:LidThemeOther>PT</w:LidThemeOther>
<w:LidThemeAsian>JA</w:LidThemeAsian>
<w:LidThemeComplexScript>X-NONE</w:LidThemeComplexScript>
<w:Compatibility>
<w:BreakWrappedTables/>
<w:SnapToGridInCell/>
<w:WrapTextWithPunct/>
<w:UseAsianBreakRules/>
<w:DontGrowAutofit/>
<w:SplitPgBreakAndParaMark/>
<w:EnableOpenTypeKerning/>
<w:DontFlipMirrorIndents/>
<w:OverrideTableStyleHps/>
</w:Compatibility>
<m:mathPr>
<m:mathFont m:val="Cambria Math"/>
<m:brkBin m:val="before"/>
<m:brkBinSub m:val="--"/>
<m:smallFrac m:val="off"/>
<m:dispDef/>
<m:lMargin m:val="0"/>
<m:rMargin m:val="0"/>
<m:defJc m:val="centerGroup"/>
<m:wrapIndent m:val="1440"/>
<m:intLim m:val="subSup"/>
<m:naryLim m:val="undOvr"/>
</m:mathPr></w:WordDocument>
</xml><![endif]--><!--[if gte mso 9]><xml>
<w:LatentStyles DefLockedState="false" DefUnhideWhenUsed="true"
DefSemiHidden="true" DefQFormat="false" DefPriority="99"
LatentStyleCount="276">
<w:LsdException Locked="false" Priority="0" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Normal"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="9" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="heading 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="9" QFormat="true" Name="heading 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="9" QFormat="true" Name="heading 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="9" QFormat="true" Name="heading 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="9" QFormat="true" Name="heading 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="9" QFormat="true" Name="heading 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="9" QFormat="true" Name="heading 7"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="9" QFormat="true" Name="heading 8"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="9" QFormat="true" Name="heading 9"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" Name="toc 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" Name="toc 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" Name="toc 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" Name="toc 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" Name="toc 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" Name="toc 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" Name="toc 7"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" Name="toc 8"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" Name="toc 9"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="35" QFormat="true" Name="caption"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="10" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Title"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="1" Name="Default Paragraph Font"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="11" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Subtitle"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="22" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Strong"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="20" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Emphasis"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="59" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Table Grid"/>
<w:LsdException Locked="false" UnhideWhenUsed="false" Name="Placeholder Text"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="1" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="No Spacing"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="60" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Shading"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="61" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light List"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="62" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Grid"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="63" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="64" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="65" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="66" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="67" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="68" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="69" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="70" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Dark List"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="71" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Shading"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="72" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful List"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="73" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Grid"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="60" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Shading Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="61" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light List Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="62" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Grid Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="63" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 1 Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="64" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 2 Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="65" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 1 Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" UnhideWhenUsed="false" Name="Revision"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="34" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="List Paragraph"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="29" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Quote"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="30" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Intense Quote"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="66" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 2 Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="67" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 1 Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="68" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 2 Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="69" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 3 Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="70" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Dark List Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="71" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Shading Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="72" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful List Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="73" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Grid Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="60" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Shading Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="61" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light List Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="62" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Grid Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="63" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 1 Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="64" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 2 Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="65" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 1 Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="66" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 2 Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="67" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 1 Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="68" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 2 Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="69" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 3 Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="70" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Dark List Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="71" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Shading Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="72" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful List Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="73" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Grid Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="60" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Shading Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="61" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light List Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="62" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Grid Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="63" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 1 Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="64" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 2 Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="65" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 1 Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="66" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 2 Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="67" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 1 Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="68" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 2 Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="69" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 3 Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="70" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Dark List Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="71" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Shading Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="72" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful List Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="73" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Grid Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="60" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Shading Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="61" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light List Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="62" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Grid Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="63" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 1 Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="64" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 2 Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="65" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 1 Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="66" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 2 Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="67" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 1 Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="68" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 2 Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="69" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 3 Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="70" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Dark List Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="71" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Shading Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="72" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful List Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="73" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Grid Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="60" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Shading Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="61" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light List Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="62" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Grid Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="63" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 1 Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="64" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 2 Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="65" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 1 Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="66" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 2 Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="67" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 1 Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="68" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 2 Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="69" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 3 Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="70" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Dark List Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="71" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Shading Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="72" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful List Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="73" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Grid Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="60" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Shading Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="61" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light List Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="62" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Grid Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="63" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 1 Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="64" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 2 Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="65" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 1 Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="66" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 2 Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="67" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 1 Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="68" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 2 Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="69" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 3 Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="70" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Dark List Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="71" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Shading Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="72" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful List Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="73" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Grid Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="19" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Subtle Emphasis"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="21" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Intense Emphasis"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="31" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Subtle Reference"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="32" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Intense Reference"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="33" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Book Title"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="37" Name="Bibliography"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" QFormat="true" Name="TOC Heading"/>
</w:LatentStyles>
</xml><![endif]-->
<!--[if gte mso 10]>
<style>
/* Style Definitions */
table.MsoNormalTable
{mso-style-name:"Table Normal";
mso-tstyle-rowband-size:0;
mso-tstyle-colband-size:0;
mso-style-noshow:yes;
mso-style-priority:99;
mso-style-parent:"";
mso-padding-alt:0cm 5.4pt 0cm 5.4pt;
mso-para-margin-top:0cm;
mso-para-margin-right:0cm;
mso-para-margin-bottom:10.0pt;
mso-para-margin-left:0cm;
line-height:115%;
mso-pagination:widow-orphan;
font-size:11.0pt;
font-family:Calibri;
mso-ascii-font-family:Calibri;
mso-ascii-theme-font:minor-latin;
mso-hansi-font-family:Calibri;
mso-hansi-theme-font:minor-latin;}
</style>
<![endif]-->
<!--StartFragment-->
<!--EndFragment--><br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
Reginahttp://www.blogger.com/profile/02396040743701585489noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7880628793083278288.post-41643369578043090422015-01-13T07:36:00.002-08:002015-01-13T07:36:11.255-08:00Addio, Anita Ekberg, eterna musa di Fellini!<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
Anita Ekberg, musa inspiradora de Fellini, e de qualquer romântico,
ficará para sempre eternizada nas nossas melhores memórias com a sua entrada inefável
na fonte de <i>Trevi , </i>pronunciando de
forma epítome três lascivas palavras “<i>Marcello come here!</i>” no filme <i>La dolce vita.<o:p></o:p></i></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjXni9cPboijIWQ5i9Lqjp8iWN_eMuLiuDxxS3dEbCIWiKXmfe_Q9fD9g-VO58dRp0B3fSW8wB9W9hLb61-77sz92tVoc8WEkTmprlbeoGUNggpdIAW0x_3nlmGPhkMpJGT0tMmoJ2m-H4u/s1600/fellini.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjXni9cPboijIWQ5i9Lqjp8iWN_eMuLiuDxxS3dEbCIWiKXmfe_Q9fD9g-VO58dRp0B3fSW8wB9W9hLb61-77sz92tVoc8WEkTmprlbeoGUNggpdIAW0x_3nlmGPhkMpJGT0tMmoJ2m-H4u/s1600/fellini.jpg" height="193" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
Uma verdadeira diva, <i>portadora de uma beleza de uma jovem deusa, </i><span style="color: #1a1a1a;">palavras de Fellini, protagonizou o momento mais
emblemático do filme com uma personagem bastante sensual e ousada no seu tempo,
mas de certa forma pura, inocente e
livre. Sylvia Rank, com a cinestesia dos
seus gestos quando entra para a fonte e acaricia a água consegue fazer com que
qualquer um de nós escorregue deleitosamente para aquele momento, fazendo-nos
sentir absorvidos por ela, vestindo-nos a pele a temperatura e o </span>amor o
coração.<span style="color: #1a1a1a;"> Que dicotomia de ousadia e amor, qualquer
coração devoluto varre sentimentos bolorentos!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: #1a1a1a;">Envoltos neste misticismo de <i>La dolce vita</i>, um filme franco italiano
de 1960, indubitavelmente uma das obras mais inspiradoras da sétima arte, onde
existe uma transição do </span><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Neorrealismo_italiano" title="Neorrealismo italiano"><span style="color: #1a1a1a;">neorrealismo</span></a><span style="color: #1a1a1a;"> para
o </span><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Simbolismo" title="Simbolismo"><span style="color: #1a1a1a;">simbolismo</span></a><span style="color: #1a1a1a;">, é um dos filmes mais
importantes da </span><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/D%C3%A9cada_de_1960" title="Década de 1960"><span style="color: #1a1a1a;">década de 1960</span></a><span style="color: #1a1a1a;"> e
do </span><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XX" title="Século XX"><span style="color: #1a1a1a;">século XX</span></a><span style="color: #1a1a1a;">. Notória a marca de mudança
na forma de narrar opta pela construção em episódios em detrimento de
seguir a linearidade objetiva de uma história.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: #1a1a1a;">Um filme de um romantismo inexaurível, que só os a
preto e branco são detentores, com
sequências noturnas enaltece laços fortes com o cinema </span><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Noir" title="Noir"><i><span style="color: #1a1a1a;">noir</span></i></a><span style="color: #1a1a1a;"> e com o </span><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Expressionismo_alem%C3%A3o" title="Expressionismo alemão"><span style="color: #1a1a1a;">expressionismo alemão</span></a><span style="color: #1a1a1a;">.
Somos assim convidados a entrar num cenário festivo, com mágicos contrastes de
luz e sombra, grandes sobrancelhas femininas onde nos é apresentado o verdadeiro
âmago cavernoso da sociedade burguesa italiana através dos olhos do personagem
Marcello Rubini (o fascinante Marcello Mastroianni) uma Roma moderna e
requintada que apenas é purificada pela alma das personagens. Bastante longe do
classicismo moralista e sempre colocando a tónica na religião, o cinema
italiano impressiona pela ousadia, coragem poucos freios.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<i>La dolce vita </i>marcou
uma época, contudo Anita Ekberg marcou todos os nossos corações deixando-os
frémitos com os seus olhos clementes, exuberância e alegria, estabelecendo e
implementando um padrão de beleza incomparável.<o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<i>A presto</i> Diva!<o:p></o:p></div>
Reginahttp://www.blogger.com/profile/02396040743701585489noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7880628793083278288.post-70281034632262316982014-11-19T09:31:00.001-08:002014-11-19T09:31:20.604-08:00A falta Savoir Faire de Timor-Leste....<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgcS4ZyVkOhaSC-vE762H_Xb0EmaKGGMY9hXmiqMqVbGU19Q01oRRoYAElCBY46yVg3qqLIKiCwUEDMFczYST_Rvq-cCC4YyVntdxC1PEHf0cXfkAi2av7Jc6hGW5pUu6tl5uSUKnkq4U4d/s1600/timor+leste3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgcS4ZyVkOhaSC-vE762H_Xb0EmaKGGMY9hXmiqMqVbGU19Q01oRRoYAElCBY46yVg3qqLIKiCwUEDMFczYST_Rvq-cCC4YyVntdxC1PEHf0cXfkAi2av7Jc6hGW5pUu6tl5uSUKnkq4U4d/s1600/timor+leste3.jpg" height="288" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
Afinal não foi assim há muito tempo, no entanto a falta de memória continua a afetar uma grande percentagem de pessoas.... Se remontarmos a 1999 todos nós nos recordamos da crise vivida em Timor-Leste quando as forças de oposição à independência deste país atacaram civis e criaram uma situação de violência generalizada, principalmente na capital, Díli. Imagens horrendas entraram nas nossas casas de forma galopante assolando-nos a alma .Todos nós ficamos prostrados e comovidos apelando a uma grande onda de solidariedade nacional.<br />
Assistimos expectantes ao renascer de uma nação. Os pilares fundamentais que caracterizam um povo sempre estiveram inscritos nos mesmos, contudo, se colocarmos o holofote direcionado para o campo de direitos e democracia nas verdadeiras aceções das palavras, percebemos que, presenciamos um momento histórico, o erguer de uma nação!<br />
É com alguma tristeza que observo as decisões do <br />
governo timorense relativamente à expulsão dos magistrados estrangeiros, mais concretamente dos portugueses. O sistema judicial timorense é imberbe e tem contado com o apoio incondicional de profissionais portugueses na resolução e criação de infraestruturas e soluções. Em 2000, com o país em convalescença politica, as Nações Unidas desenvolveram um trabalho extraordinário distribuindo panfletos de helicóptero solicitando em tetum e bahasa a presença de pessoas que tivessem estudado Direito ou que tivessem trabalhado em tribunais.Posteriormente foram surgindo nacionais que começaram a dar forma e a preencher um aparelho judicial. Começou-se a trilhar um caminho marcado por passos vigorosos imbuídos de esperança.<br />
Depois de avivada a memória, é com inquietação e tristeza que constato que toda uma história marcada pela grande cooperação entre estes dois países, Portugal e Timor-Leste, ficou reduzida a notícias tendenciosas atinentes à expulsão dos funcionários judiciais portugueses. A falta de savoir faire no tratamento desta questão, perante o mundo inteiro não foi exemplar. A polémica assumiu contornos nacionais acabando por envolver toda a comunidade portuguesa, gerando polémica e despoletando revolta. Para além de estarmos perante um verdadeiro atentado aos valores básicos do Estado de direito, uma grosseira violação da independência do poder judicial, existe também um grande desrespeito para com a comunidade portuguesa que sempre apoiou este país.<br />
Lamento que todos os esforços reunidos ao longo destes anos resvalem de uma maneira tão vertiginosa para um mar de interesses económicos, um mar com cheiro a petróleo, com ondas revoltas de corrupção e peixes gordos onde as redes de pesca têm uma malha larga!<br />
<br />
A afiada espada de Dâmocles continua afiada e suspensa sobre muitas cabeças...<br />
<br />
Reginahttp://www.blogger.com/profile/02396040743701585489noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7880628793083278288.post-62726347967364679802014-07-31T04:08:00.002-07:002014-07-31T04:08:36.683-07:00Efemeridades do bronze!!Ah que maravilha! Chega Agosto e ruma tudo a Sul! Preparam-se as malas varonilmente com os melhores vestidos, uma panóplia infindável de sapatos, bikinis e mais triquinis. Discute-se com os amigos à porta de casa porque “alguém” tem malas a mais e a gestão do espaço no carro está difícil. Esboçam-se sorrisos com puerícia e as portas do carro fecham-se. O quadro típico de Agosto.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi5B5nCPctKM_68SLMmB7_HfUvm4-0P86yA81IazWwDgAFbIBl0_ADC6uq-iHJBpejnIqP9dj8YtuQyAszQZo4wgR7aDT5t7F5KeTCC09VWsLdrN2EtaznoZ3U2lU13RevHwgutpJ4lrnRo/s1600/marlyn.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi5B5nCPctKM_68SLMmB7_HfUvm4-0P86yA81IazWwDgAFbIBl0_ADC6uq-iHJBpejnIqP9dj8YtuQyAszQZo4wgR7aDT5t7F5KeTCC09VWsLdrN2EtaznoZ3U2lU13RevHwgutpJ4lrnRo/s1600/marlyn.jpg" height="320" width="186" /></a></div>
É a época mais esperada em todo o ano. Fazem-se poupanças nos meses anteriores para “sobrar mais algum” para os <i>sunsets</i> e jantares. O ritmo do desporto também aumentou exponencialmente, há que estar em forma para pisar a popular e concorrida areia do Sul. Um sol abrasador, miúdas giras de <i>bikini</i> passeiam na praia, rapazes apóstolos acérrimos do novo conceito<i> spornstar</i> palmilham a costa apreciando as mais recentes novidades do mercado, as hormonas frenéticas sobrevoam o areal, tudo isto tem uma hermenêutica: bem-vindos ao All Garve! Ir para a praia já não se coaduna com aquele conceito idílico de paz e harmonia onde se sente a simbiose com o mar e se exorcizam as agruras que nos molestam a alma, não, nada disso. Quem quiser fazer esse exercício corte à direita na auto-estrada para a Costa Vicentina. No All Garve ir para a praia implica toda uma dinâmica complexa entrelaçada com uma indumentária “in”. Acabaram-se os chapéus à pescador e os velhos trapinhos. O desfile é tão intenso e os olhares tão peremptórios na orla das vaidades que qualquer rapariga à beira mar se sente um pouco constrangida com o que a circunda. Múltiplos problemas surgem nesses momentos, ou é a depilação, ou a barriga ou a celulite, ou sei lá o quê. Contudo elas assumem uma postura vertical, passam os dedos pelo cabelo, encolhem a barriga e olham no horizonte como se nada fosse, há que ter fé absoluta na chia, na linhaça, no chá verde e nos sumos <i>detox</i>! Os Homens que me perdoem mas as mulheres são muito mais astutas na arte da subtileza, mesmo que queiramos não olhamos para trás (pelo menos nos segundos subsequentes).<br />
Final de tarde, o ambiente menos cálido convida aos sunsets, vislumbra-se os tão apreciados mojitos, gin tónicos e caipirinhas, celebra-se a vida, o amor ou…o efémero Verão. Ambientes afrodisíacos, polvilhados com sorrisos tímidos presos em palhinhas e olhares ainda com sal. Talvez se tenha coragem para falar com a rapariga que vimos à beira mar, pois já existe um maior catalisador.<br />
Seguem-se os jantares com amigos, os passeios na red carpet de Vila Moura, a busca pelas pulseiras para entrar nas discotecas que estão em voga, as selfies que irradiam alegria e felicidade pigmentadas pelo bronze, o número de amigos no facebook aumenta e o mesmo enche-se de fotografias de transpiram bem-estar e jovialidade. Será que tudo isto é genuíno? Não estaremos a viver ambientes demasiadamente plásticos? Eu adoro o Algarve e todo o tempo que lá passo com os meus amigos, mas infelizmente os cenários que nos acariciam não são os mais epicuristas e a felicidade que se vive não me parece a mim que nasça do coração, pois é macilenta e temerária.<br />
Aproxima-se languidamente o mês da ressaca, Setembro e as espectrais responsabilidades de mãos dadas com ele. Parece que nos sussurra ao ouvido “ pssstt acabou-se o bem bom, vá, começa a pensar naquilo que te espera.” Despedimo-nos do querido mês Agosto com um sentimento não amargo mas salgado, a nostalgia vai-se instalando. E é assim, vamos todos regressar para os nossos homónimos que nos esperam calmamente em casa, com as mesmas roupas e posturas, o heterónimo revoltou-se, fartou-se e foi de férias, mas regressa sempre, pois não vive sem ele!<br />
<div>
<br /></div>
Reginahttp://www.blogger.com/profile/02396040743701585489noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7880628793083278288.post-90220600836716302782014-04-07T16:38:00.000-07:002014-04-07T16:39:29.204-07:00Alice no país das maravilhas<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjSTzeBPlUYQWtEId5Dw0z1GWSCzVOoZh9S5ZZR1fTCX4-2pGdRTY6zHYsuqQTuHNHbeQvBlcWPyQO0v4Nbjmk2TgzHAvrcEEA9IVVA4AtROyMWxnCA_KwQTfHnq232unp0V9yEGHSEekCN/s1600/alice.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjSTzeBPlUYQWtEId5Dw0z1GWSCzVOoZh9S5ZZR1fTCX4-2pGdRTY6zHYsuqQTuHNHbeQvBlcWPyQO0v4Nbjmk2TgzHAvrcEEA9IVVA4AtROyMWxnCA_KwQTfHnq232unp0V9yEGHSEekCN/s1600/alice.jpg" height="320" width="240" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri;">Uma porta fecha-se. Uma porta abre-se. Há uma chave
no chão mas é muito pequena. Outra lá ao fundo mas muito grande. Alice no país
das maravilhas. Tenho a chave certa mas sou muito grande para a porta. Tomo um
elixir mágico que me torna pequenina e abro a porta. Uma porta muito grande mal
consigo avistar a fechadura. Tomo um elixir mágico e abro outra porta. Onde
estou? Quem sou? <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri;">“Alice, Alice por aqui” – ouço eu do fundo de uma
floresta.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri;">Desço um escorrega de mil cores. Caio em cima de um
cogumelo que me “trampoliza” para um labirinto infinito de trilhos e caminhos
que se abraçam. Tocam à porta, espreito pela fechadura, é o carteiro. Oh o
carteiro !No reino não há cartas só há sonhos endereçados sem selo e envelope.
Continuo a correr em cima de flores que falam e sorriem, faço-lhes cócegas com
os dedos. Avisto um gato gordo e filosófico às riscas roxas e cor de laranja.
Fumava e falava comigo por sinais de fumo. Que tontinho que ele é.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri;">- Gato carnaval, qual o caminho para sair daqui? –
pergunto eu com a mão na anca.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri;">- Depende, onde é que tu queres chegar? – exclamava
ele com ar de dandy.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri;">- Não importa muito o sítio… - digo eu desabafando.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri;">-Então qualquer caminho serve ! – sibilava o gato
gordo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri;">Tudo louco nesta realidade. É a lagarta com
perguntas existenciais, o coelho que não me larga sempre a lembrar-me que estou
atrasada, que mundo diferente, que mundo delicioso. Troquei os pontos cardeais.
Brinco às escondidas com a minha sombra. O meu coração é bucólico. A minha alma
miscível com a das árvores. Tudo tem cheiro e textura. Aqui vivo a apoteose da
infância. Vive-se epítomes em segundos. Aqui não existe a teleologia. Baralho o
relógio e caminho ao contrário, tudo é como eu imagino. <o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri;">De repente ficou escuro, alguém tinha desligado o
interruptor da luz. Um homem abre uma porta. Não percebo logo quem é. Espero
mais um pouco e quando ele se aproxima com aqueles ponteiros a abanar vejo que
é o Sr.º Relógio. Está na hora de acordar e de fechar todas estas portas. Agora
é hora de aconchegar o sonho na cama. Está na hora de ele abrir portas e
sonhar. Vamo-nos revezando para o manter sempre com a porta aberta.<o:p></o:p></span></div>
Reginahttp://www.blogger.com/profile/02396040743701585489noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7880628793083278288.post-14235303939946124322014-04-03T02:33:00.002-07:002014-04-03T02:33:58.513-07:00Um Herói, um Homem Justo, um Homem bom!<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Cambria","serif";"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgHDWF4qXHiqgg2cHUczS44O7NYQ4ooKmB87jqdm6i0NaQweQU-yS8tR7VsFHrxhSg0uPlDmsV7FVinCCbRzzSOUfY_nJTHZmLiSj-_OgwmNzIl9ytXn30_kmbIhk3_PK0NkfnPNmvJhadp/s1600/Aristides-de-Sousa-Mendes_imagem.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgHDWF4qXHiqgg2cHUczS44O7NYQ4ooKmB87jqdm6i0NaQweQU-yS8tR7VsFHrxhSg0uPlDmsV7FVinCCbRzzSOUfY_nJTHZmLiSj-_OgwmNzIl9ytXn30_kmbIhk3_PK0NkfnPNmvJhadp/s1600/Aristides-de-Sousa-Mendes_imagem.jpg" height="213" width="320" /></a></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Cambria","serif";">Hoje é um dia muito importante. Faz hoje
precisamente 60 anos que um herói nacional morreu. Um herói pouco conhecido e
reconhecido infelizmente…Ele é só a honra da nossa pátria e, nas palavras da
escritora Gisèle Allotini “se os Portugueses se parecem com Ele, são um povo de
cavalheiros e de heróis”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Cambria","serif";">Esse herói nasceu em 1885 em Cabanas de
Viriato, era um Homem infinitamente bom, um Homem justo! Um exemplo ímpar da
verdadeira grandeza de espírito. Um Homem que salvou milhares de pessoas
durante o holocausto! Pugnou até ao fim dos seus dias pelos seus princípios,
agarrado à máxima “Se há que desobedecer, prefiro que seja a uma ordem dos
homens do que a uma ordem de <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Deus" title="Deus"><span style="color: windowtext; text-decoration: none; text-underline: none;">Deus</span></a>”. Defendia que a “hospitalidade não tem cor nem é guiada
por qualquer sentimento que não seja a virtude humana de solidariedade perante
a desgraça desarmada, a desgraça inocente ou o apelo desinteressado”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Cambria","serif";">Fez tudo isto contra as ordens funestas superiores
e foi repreendido por isso. Expulso da carreira diplomática,</span><span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; font-family: Cambria, serif; font-size: 8.5pt; line-height: 150%;"> </span><span style="font-family: "Cambria","serif";">afastado dos seus 15 filhos dispersos
pelo mundo, foi empurrado por dedos duros e impiedosos, directivas do governo
de Salazar, para a rua da miséria tendo de queimar as portas de sua casa para
se manter quente. Fazia parte da fila da sopa dos pobres, morreu na pobreza em
Lisboa no Hospital da Ordem Terceira e foi enterrado com as indumentárias da Ordem
dos Frades Menores, tal era a sua miséria extrema.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Cambria","serif";">Quem era esse Homem que teve uma vida tão
injusta? Como pode um Homem tão bom ter tido um final tão frio e desconsolado? É
este o preço de uma consciência virtuosa?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Cambria","serif";">Entristece-me a alma pensar em como a
vida e as circunstâncias podem ser tão lancinantes. Apetece-me gritar tão alto
e tão veementemente até que a minha voz recue a 1939, para penetrar aquela
atmosfera mórbida e dizer-Lhe que é uma pessoa inebriante. Apetece-me abanar a
sociedade daquela época, o poder modorrento e inexorável e dizer-lhes nos olhos
de uma forma tão profunda até lhes varar a alma que, Ele foi um dos Portugueses
mais importantes que nós tivemos…<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Cambria","serif";">Seis décadas se sucederam desde a sua
morte. A sua casa continua a lutar contra as intempéries. Vai desabando
lentamente, engolindo-se paulatinamente. Cansada e desgastada pelo último
inverno rigoroso vai-se vergando à inércia humana. Continua fechada, inerme e
sombria a casa da família de um Homem que foi o albor de muitas vidas, que
lutou contra o ambiente infausto da 2.ºGuerra Mundial, que abnegou a morte e o anti-semitismo,
que possibilitou a perpetuação de famílias, multiplicação de sonhos e que
protegeu o amor…<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Cambria","serif";">Esse Homem chama-se Aristides de Sousa
Mendes, era o exemplo máximo da bondade e da coragem que trilhou o caminho para
a liberdade e igualdade.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Cambria","serif";">“Religião? Pouco importa, assina-se!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Cambria","serif";">Origem “étnica”? Não tem importância,
assina-se!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Cambria","serif";">Judeu, Católico, protestante? É tudo o
mesmo, assina-se!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Cambria","serif";">Russo? Assina-se!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Cambria","serif"; mso-bidi-font-family: Calibri;">Apátrida?
Assina-se<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Cambria","serif"; mso-bidi-font-family: Calibri;">Vou
salvá-los a todos” <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Cambria","serif"; mso-bidi-font-family: Calibri;">Era a sua
promessa….<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Cambria","serif"; mso-bidi-font-family: Calibri;">No meio do
desespero da pobreza, prostrado ao opróbrio, Aristides de Sousa Mendes chegou a
escrever uma carta ao Papa, à qual nunca teve resposta: <span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial;">"Há muito que espero que uma palavra de Vossa
Eminência possa consolar o meu coração inquieto, mas essa palavra ainda não
chegou (…) Há muito que perdi a confiança na justiça terrena, não, porém, na
justiça divina. Se andei mal em salvar os judeus das garras do Anticristo,
faça-me Vossa Eminência a caridade de mo dizer para que eu possa proclamar aos
meus filhos o bem e a justiça da minha conduta para que eles possam orgulhar-se
de seu pai.”</span><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Cambria","serif"; mso-bidi-font-family: Calibri;"><span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial;"><br /></span></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhUufexgg3vydJzZYctpZXI7xT6IS0wLwWb4OwM_Bde_EwMRBv5jqW-aEAHSeJA9C2VkB6i6b7wuR-PHircz3qtV_dDwEhvEy3wGLPE7DBHUmVcIDv9gCXPamvyWr5sgknfohAXBGaa3BsF/s1600/Fotografia+Aristides.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhUufexgg3vydJzZYctpZXI7xT6IS0wLwWb4OwM_Bde_EwMRBv5jqW-aEAHSeJA9C2VkB6i6b7wuR-PHircz3qtV_dDwEhvEy3wGLPE7DBHUmVcIDv9gCXPamvyWr5sgknfohAXBGaa3BsF/s1600/Fotografia+Aristides.jpg" height="195" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Cambria","serif";">Sobem-me as lágrimas aos olhos comovidos
perante tal soberbo exemplo de bondade e de grandeza. Hoje é dia de uma vénia
mundial a Aristides de Sousa Mendes. Que a sua história se perpetue nos ecos do
vento intemporal, nos inspire e que se aloje de forma permanente nos nossos
corações para nos podermos tornar pessoas melhores,</span><span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; font-family: Cambria, serif;"> porque “quem salva uma vida, salva o mundo inteiro”,
Aristides de Sousa Mendes salvou um mundo Inteiro!<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
Reginahttp://www.blogger.com/profile/02396040743701585489noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7880628793083278288.post-78822764003547032532014-04-01T15:40:00.001-07:002014-04-09T08:01:02.876-07:00E se ninguém conseguisse mentir?<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgSOyNUnPCb53ai33iQP9QBdOPfnTfAJBmeL_efrkO2gBemt0wnpHV1_OhNeJ-ljnMisUcpioeP2v0wKKzloKvJUXmMRvrdDU_bpgQcVrjK4sNGv5p1LEelQKvK3BPmJp3e2WMFgOtVXQU3/s1600/a+mentira.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgSOyNUnPCb53ai33iQP9QBdOPfnTfAJBmeL_efrkO2gBemt0wnpHV1_OhNeJ-ljnMisUcpioeP2v0wKKzloKvJUXmMRvrdDU_bpgQcVrjK4sNGv5p1LEelQKvK3BPmJp3e2WMFgOtVXQU3/s1600/a+mentira.jpg" height="320" width="220" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Cambria;">E
se ninguém conseguisse mentir? E se todos nós fossemos obrigados à
transparência da verdade? O que seria das nossas vidas e das nossas
consciências? Até que ponto uma consciência tranquila é uma consciência
verdadeira? Será que podemos ser assim tão maniqueístas? <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Cambria;">Eu,
penso que não. Não podemos viver sempre em duas cores tão fechadas que se
encerram sobre si próprias. Não sou apologista da mentira eterna mas, também
não sou apóstola de uma verdade prostradora. A verdade talvez seja perfeita
para ciências exactas, mas não para a vida. Como se pode aplicar um conceito
tão matemático e recto a uma vida tão literária com tantas curvas? Uma vida
recheada de beleza, esperança e fé não se pode coadunar com a nudez de uma
verdade certa, sem vírgulas, sem casas decimais. A verdade é um véu com cores
infinitas, sombras intermináveis e reflexos isotéricos. A verdade deslinda-se e
caminha sozinha, sonha e multiplica-se. A ambiguidade do núcleo da verdade vai
do mar ao céu.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Cambria;">O
celeuma desta questão é que o mundo inteiro sabe e acredita que um mais um são
dois ou que dez menos cinco são cinco. Mas quando se fala em verdades que não
têm forma e que não são palpáveis a verdade já não é assim tão verosímil.
Quando se fala nos feitos de Aristides de Sousa Mendes, Nelson Mandela ou de
Dalai Lama, há sempre alguém que diga que aquilo pelo qual pugnaram “não era
bem verdade”. Esta obstinação pela certeza redonda e compacta desassossega-me.
Toda a gente corre atrás da verdade, mas quando se desembrulha tropeçam nas
buracos das dúvidas, inclinam-se de forma virtiginosa no abismo da incerteza e,
ou dão um passo de fé ou um tiro no pé. Mas que verdade é essa tão tirana e
ubiquista que trilha o seu caminho pelas cordilheiras vilipendiosas dos espaços
da verdade? Onde começa uma meia verdade ou uma meia mentira?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Cambria;">A
verdade está na nossa inteligência emocional, nos ouvidos do nosso coração, é
acariciada pelos neurónios da sensibilidade. Mentiras? São verdades escondidas
com parte da cauda de fora!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
Reginahttp://www.blogger.com/profile/02396040743701585489noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7880628793083278288.post-14593114750845359422014-04-01T04:47:00.000-07:002014-04-01T08:24:50.534-07:00Regresso a casa<div class="MsoNormal" style="background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; line-height: 13.65pt; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjBZNiQTSv5m6M95Lkgjj8uAQrptHjzcq98QsOrfIxUJla9fETPbxNoFbbBkmrvYqwAD7qOjgaI8UdW_XmDfJXgVHD2cemDc-ZpAkrLbqI-JgloI9Sas25qmWpx2Qp0lA6uFzuy13IeNi2O/s1600/regresso+a+casa+1.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjBZNiQTSv5m6M95Lkgjj8uAQrptHjzcq98QsOrfIxUJla9fETPbxNoFbbBkmrvYqwAD7qOjgaI8UdW_XmDfJXgVHD2cemDc-ZpAkrLbqI-JgloI9Sas25qmWpx2Qp0lA6uFzuy13IeNi2O/s1600/regresso+a+casa+1.JPG" height="240" width="320" /></a></div>
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<div class="MsoNormal" style="line-height: 13.65pt; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; font-family: Cambria, serif; font-size: 12pt;">Regressar a casa e aterrar em
Portugal depois de umas longas e intermináveis horas foi literalmente uma
missão. Senti que a minha alma era dotada de uma elasticidade incrível, os pés
em Portugal e cabeça ainda em Timor-Leste.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 13.65pt; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; font-family: Cambria, serif; font-size: 12pt;">Chegar a casa é bom!A última recordação que tenho da porta de minha casa
era das lágrimas dos meus pais e irmãos antes de partir e da agitação
inconsciente dos meus cães, sabiam que algo se estava a passar mas não
percebiam muito bem o quê...Timor-Leste felizmente para eles não fazia parte do
léxico canino. Quando entrei no meu quarto a primeira recordação que me assolou
foi a histeria da mala e dos espectrais 20 kg que ali se tinham vertido há 6
meses atrás:</span><span style="font-family: Cambria, serif; font-size: 12pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 13.65pt; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; font-family: Cambria, serif; font-size: 12pt;">-"Achas que isto tem mais de 20
kg?" - dizia eu aflita.</span><span style="font-family: Cambria, serif; font-size: 12pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 13.65pt; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; font-family: Cambria, serif; font-size: 12pt;">- "Não achas!Nem chega aos 15
kg!" - explicavam os meus irmãos. </span><span style="font-family: Cambria, serif; font-size: 12pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 13.65pt; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; font-family: Cambria, serif; font-size: 12pt;">Enquanto isso já eu estava a pensar
na cara da senhora do aeroporto que me poderia dizer hipoteticamente que teria
de pagar excesso de bagagem, mas não, daquela vez passou!</span><span style="font-family: Cambria, serif; font-size: 12pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 13.65pt; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; font-family: Cambria, serif; font-size: 12pt;">Estava todo arrumadinho e diferente. A minha mãe comprou-me uma colcha nova cor-de-rosa com o meu tais colorido
colocado no fundo da cama, afinal o quarto não estava igual!</span><span style="font-family: Cambria, serif; font-size: 12pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; font-family: Cambria, serif; font-size: 12pt;">Regressar é sempre um sentimento
muito singular, vimos sôfregos de saudades e a transbordar novidades que se
atropelam antes de lhe darmos vida, temos uma vontade infinita de mostrar aos
outros aquilo que vivemos mas, não é assim tão fácil como parece. É como se o
nosso cérebro estivesse em cima de um trampolim que não lhe dá descanso, e ele
está ali a saltar, de um lado para o outro nas molas das perguntas sonoras das
pessoas que o estimulam constantemente...e às vezes ele adormece, mas continua
a saltar em constante efervescência... É engraçado as abordagens que são
feitas"Já voltaste? E aquilo é giro? É muita pobreza não é? Ai agora aqui
é que estás bem não é? Já não voltas mais pois nao? Tão longe..já acabou o
martírio, aqui é que tu estás bem!".</span><span style="font-family: Cambria, serif; font-size: 12pt;"><o:p></o:p></span><br />
<span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; font-family: Cambria, serif; font-size: 12pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; font-family: Cambria, serif; font-size: 12pt;">Instaura-se um silêncio perturbador
na minha cabeça.. é como se congelasse e começasse a reparar em cada expressão
facial das pessoas fitando-as com um olhar complacente e ao mesmo tempo
esboçando um sorriso lento e amarelo e quando reparo que as palavras terminaram
a resposta mais comum e mais prática que me salta dos lábios é
"Pois!". </span><br />
<span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; font-family: Cambria, serif; font-size: 12pt;">O que posso eu dizer? Que não vou voltar?Que não vou sair de
Portugal seja para onde for? Que não gostei? Estaria a mentir.. e a verdade é
que menti e minto...é mais confortável assim para todos. Um simples sorriso com
dois significados e todos ficam contentes! </span><span style="font-family: Cambria, serif; font-size: 12pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; font-family: Cambria, serif; font-size: 12pt;">Sento-me num café, as perguntas
curiosas despontam naturalmente e aí a minha saudade ganha forma e começo a derreter-me em histórias. É bom ver no olhar das pessoas a surpresa e o espanto
de coisas que existem e estão tão longe de nós e, é melhor ainda sermos nós o
veículo de informação, explicarmos e descrevermos os cenários, pessoas,
culturas, é como estar a pintar um quadro. Um quadro bonito e vivo, um quadro
com cheiro e sabor que se vai aproximando e envolvendo cada vez mais as
pessoas, e esse sentimento fugaz é único, vimos e temos consciência que criámos
algo, algo que fica e que as pessoas guardam, algo com valor, é um privilégio
fazê-lo! O cenário é bastante mórbido quando o desfecho é diferente, quando
estamos a contar algo a alguém e essa pessoa nos diz "Ahhh, está bem, que
bom! Olha sabias que o café do não sei quantas fechou? Eu sempre disse que
aquilo não ia durar muito tempo!". Nestes momentos parece que levámos uma injecção
de dormência, paramos e pensamos que nós estamos diferentes, já não somos os
mesmos, algo mudou, muito antes de nos termos apercebido desta mutação
espiritual. Regressar é bom, mas até que ponto? É bom recarregarmos baterias,
recebermos os mimos calóricos dos pais e irmãos, ir aos super mercados e pensar
que vai ter tudo aquilo que nós queremos comprar porque o jumbo ou o pingo doce
não estão à espera que chegue o ferry boat com leite, natas ou coca-cola da
indonésia. É muito bom, mas até que ponto? Qual é o prazo de validade deste
sentimento? Não sei... já tentei procurar mas a validade não aparece, acho que
vou ter de ser eu a estipular. O problema é que não basta alimentar o físico, é
necessário alimentar a alma, e essa é uma verdadeira tirana, faz do nós o que
quer, molesta-nos sem darmos conta, repreende-nos.. e o corpo lá se vai
vergando e regrando pelos seus vícios e admoestando-se pelos seus caprichos. E
vive-se assim, meros peões das vontades vis da alma. Não se pode fazer nada, a
solução é caminhar e percorrer de mãos dadas com ela os caminhos sinuosos da
vida e aprender em conjunto, pode ser que um dia se encontrem e vivam uma
história de amor.</span><span style="font-family: Cambria, serif; font-size: 12pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjKtQiwUSorm5yDth2WxiLq82MxJTJlhi2g_goDEhX0p7GmQHuoL_Wx_RX2qtkC2WfC5WFcE1lkQ-LwQ1x1aoBAErwIQl3qUHDfU0GqKyPhJMF7pZijVnNdrEvnYeUk6pNht7qeYp3W45Mz/s1600/regresso+a+casa+2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjKtQiwUSorm5yDth2WxiLq82MxJTJlhi2g_goDEhX0p7GmQHuoL_Wx_RX2qtkC2WfC5WFcE1lkQ-LwQ1x1aoBAErwIQl3qUHDfU0GqKyPhJMF7pZijVnNdrEvnYeUk6pNht7qeYp3W45Mz/s1600/regresso+a+casa+2.jpg" height="240" width="320" /></a></div>
<span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; font-family: Cambria, serif; font-size: 12pt;">Nada é igual ao que era ontem, cada
vez acredito mais que nascemos sozinhos, vivemos sozinhos e morremos sozinhos,
e tal como dizia Orson Welles, "somente através do amor e das amizades é
que podemos criar a ilusão, durante um momento, de que, não estamos
sozinhos".</span><span style="font-family: Cambria, serif; font-size: 12pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjq1Vr7w-nz84AeI6vlojPkA-bk13m7S8WKc55EjqrlWTKT1tw0sgrfbvNJodIHwdLDkLJY5yKKDtjNrRe4a438IXC1V__GZaBKmJrhhjnNDGVoIKmROvl2tjfUn52iFMneeQEVBNALPwLo/s1600/regresso+a+casa+3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjq1Vr7w-nz84AeI6vlojPkA-bk13m7S8WKc55EjqrlWTKT1tw0sgrfbvNJodIHwdLDkLJY5yKKDtjNrRe4a438IXC1V__GZaBKmJrhhjnNDGVoIKmROvl2tjfUn52iFMneeQEVBNALPwLo/s1600/regresso+a+casa+3.jpg" height="320" width="213" /></a></div>
</div>
Reginahttp://www.blogger.com/profile/02396040743701585489noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7880628793083278288.post-3481349964334691942014-04-01T04:40:00.000-07:002014-04-01T08:35:30.984-07:00Malai na ilha do Crocodilo - Luz<br />
<div class="MsoNormal" style="font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 19.5px; text-align: justify;">
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Cambria, serif; font-size: 12pt;">Tudo passa (não é o que dizem?).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Cambria, serif; font-size: 12pt;">A primeira impressão é sempre dúbia e algo relutante, contudo, acaba por se
tornar amenizada, híbrida e posteriormente doce. Afinal, Timor-Leste é bonito!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiobXarGIgU50TKuO2d0FC2b9caeF1lcTdPBv7TlRh7Kb7fT8ZuWPWH5e4ffmk7Pk5H1AZ7Yw_lZlTue2JlQqxEPT8LetAYKzle0gOC_fmLdSjLiKtgpZGTi2tn7CxggNwQI_u9Nf1uakAH/s1600/luz.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiobXarGIgU50TKuO2d0FC2b9caeF1lcTdPBv7TlRh7Kb7fT8ZuWPWH5e4ffmk7Pk5H1AZ7Yw_lZlTue2JlQqxEPT8LetAYKzle0gOC_fmLdSjLiKtgpZGTi2tn7CxggNwQI_u9Nf1uakAH/s1600/luz.jpg" /></a></div>
<span style="font-family: Cambria, serif; font-size: 12pt;">Após ter vivido 5 meses na ilha do lafaek, os sentimentos convertem-se.
Viver em Timor é embarcar numa aventura, uma aventura onde se desconhece o
ponto de chegada ou as paragens intercalares, uma aventura destemida. É uma
ilha com uma história e cultura escrita a sangue, a qual ainda é bem presente
nos semblantes dos locais, tudo passa, mas a dor e a mágoa persistem sempre.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Cambria, serif; font-size: 12pt;">Quando se viaja e transferimos o nosso pesado invólucro, que se arrasta
pelo chão dos vícios, mimos e hábitos traiçoeiros é necessário criar uma distância
deste, sussurrar-lhe calmamente ao ouvido e ir despindo-o devagar, como se
fosse uma criança que fazer a birra. Assim ele vai cedendo, esmorecendo, as
curvas plissadas dissipam-se perdendo cor e ficando mais moles. Aí é altura de
o começar a moldar novamente e adaptá-lo, com calma e sensatez e educá-lo para
algo que é novo e desconhecido e explicar-lhe que o que é novo não é
necessariamente mau. Com tempo, as birras passam, a alma torna-se mais inócua e
predisposta. Tempo de iniciar a caminhada com uma mente ávida de experiências!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhOdV1TFpLdeE3YU1nT8vOK3cVatC10l7SBQNGiSKKfKsYMgACQMSSyB2P_Zb1gGCy0unb8xteDEck4q_jAx4HAyNqKksmiD_HTtMx2rm2l8CL5D43D7D-UfhDK7Ce_vbBedtGpJ6gTb3HE/s1600/meninotimor.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhOdV1TFpLdeE3YU1nT8vOK3cVatC10l7SBQNGiSKKfKsYMgACQMSSyB2P_Zb1gGCy0unb8xteDEck4q_jAx4HAyNqKksmiD_HTtMx2rm2l8CL5D43D7D-UfhDK7Ce_vbBedtGpJ6gTb3HE/s1600/meninotimor.jpg" height="240" width="320" /></a><span style="font-family: Cambria, serif; font-size: 12pt;">Timor-Leste, o sítio onde tudo é inesperado e diferente. O sal assemelha-se
a açúcar e o sal ao açúcar, quantas vezes me enganei a fazer o arroz, um arroz
de tomate doce. Acaba por ser complicado decifrar certas atitudes e comportamentos,
a adaptação não é automática, as coisas são desprovidas de sentido, ou então
sou eu que não consigo perceber o verdadeiro âmago delas, sofre-se de miopia
cultural. No início era algo que me causava algum formigueiro cerebral, mas
tudo passa, e aos poucos e poucos foi passando…<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Cambria, serif; font-size: 12pt;">No café:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Cambria, serif; font-size: 12pt;">“Boa tardi mana, coca-cola?” – Malai (estrangeiro)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Cambria, serif; font-size: 12pt;">“Sim, há!” – Mana (rapariga)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Cambria, serif; font-size: 12pt;">“Óptimo! Coca-cola ida se faz favor!” – Malai<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Cambria, serif; font-size: 12pt;">“Sculpâ Senhora não há..”- Mana<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Cambria, serif; font-size: 12pt;">“Não há? Acabou de me dizer que tinha!” – Malai<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Cambria, serif; font-size: 12pt;">“Há mas não tem!” – Mana<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: Cambria, serif; font-size: 12pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 14.65pt; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; font-family: Cambria, serif; font-size: 12pt;">Este é o cenário mais hilariante em
Timor-Leste, e quem sabe está neste preciso momento a esboçar um sorriso
envergonhado, pois sabem que é assim quase todos os dias, “Há mas não tem!”.</span><span style="font-family: Cambria, serif; font-size: 12pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 14.65pt; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; font-family: Cambria, serif; font-size: 12pt;">Aqui tudo se move com pés de chumbo,
bem devagar devagarinho e com muita calma, os ponteiros do relógio arrastam-se
e oscilam paulatinamente. Há tempo para tudo, um tempo bailarino e harmonioso
sempre ao som das colunas das microletes românticas com nomes como “amo-te”,
“Saudade”, “Cristiano Ronaldo”, dos apitos de saudação persistente dos táxis e
das vozes inquietantes que nos assaltam com “ pulsa, pulsa, sim card?”. É
Timor-Leste, não nos podemos sobrepor ao relógio local, uma coisa são os nossos
tempos acelerados e conturbados, outra coisa é o tempo fleumático em
Timor-Leste, tempo mole em cabeça dura, tanto acaricia que conquista! Portanto,
temos aqui uma suave fricção, nada que não passe também, acabamos por nos
vergar e perceber que temos de respeitar esse tempo, um tempo cansado pelo
calor confortável que merece respeito!</span><span style="font-family: Cambria, serif; font-size: 12pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjHqIcFfF-zzATo-OV9xAr4du8FoGqk732aHVk6mM_7R3eMqv-YWorIAey0OinjQGNNFnp8R4BsFITzIKK6DxBJpBere3UCFG_lMgkB8IOzt5N-6zJKEdTl-NH-NkPnnmapa4NPWf00JM6H/s1600/ululi.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjHqIcFfF-zzATo-OV9xAr4du8FoGqk732aHVk6mM_7R3eMqv-YWorIAey0OinjQGNNFnp8R4BsFITzIKK6DxBJpBere3UCFG_lMgkB8IOzt5N-6zJKEdTl-NH-NkPnnmapa4NPWf00JM6H/s1600/ululi.jpg" height="240" width="320" /></a><span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; font-family: Cambria, serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Independentemente dos fusos horários que não são compatíveis
com aqueles que o Google nos dá, percebi que os Timor é um lugar especial e que
tem muito para nos oferecer, para além de ser das nações mais jovens do mundo,
um país em plena adolescência, é muito bom saber que estou num sítio onde tudo
se encontra num estágio extremamente vernacular e embrionário. Sei que daqui a
uns anos, vou poder dizer como os meus avós “Na altura em que estive em
Timor...” porque eu fiz parte, ou pelo menos tento na minha esfera pessoal
mudar, ou tentar moldar, que é menos invasivo, determinados comportamentos para
melhor. Não podemos entrar aqui em divergências ideológicas e culturais do que
é melhor ou não para um povo. Penso que para decifrar este pequeno enigma,
basta pensar que o melhor é algo que os vai ajudar futuramente, só pelo facto
de poderem ter a oportunidade de terem a opção, depois se o fazem ou não, já
não depende de mim nem de ninguém, mas tiveram opção de escolher, avaliar e
interpretar. É de facto uma experiência única poder estar em Timor, a única
coisa que nos torna ricos é viajar, que para tal também é necessário ter
oportunidade e disponibilidade. É algo que ninguém nos pode locupletar,
podem-nos tirar tudo na vida, penhorar sonhos, hipotecar sentimentos, mas,
aquilo que vivemos e sentimos é nosso, e isso está guardado num cofre à prova
de estereótipos e inveja. Já faz parte de nós, do nosso adn!</span><span style="font-family: "Cambria","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-ascii-theme-font: major-latin; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: major-latin;"><o:p></o:p></span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 14.65pt; margin-bottom: 0.0001pt;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhFM0BxN8YMDLYhp1pXUM1C1Z9brR2Z5lbKJ6panU-7B56ErHyieS7fcXC0kVQmS0gmu0f60G83EtkramOJx6Nr67wYDlV5PtZhmBbhHHla_itZyoQQFCsob4UpDJGUVw-aFHssrTFs0Nfb/s1600/jipe.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhFM0BxN8YMDLYhp1pXUM1C1Z9brR2Z5lbKJ6panU-7B56ErHyieS7fcXC0kVQmS0gmu0f60G83EtkramOJx6Nr67wYDlV5PtZhmBbhHHla_itZyoQQFCsob4UpDJGUVw-aFHssrTFs0Nfb/s1600/jipe.jpg" height="240" width="320" /></a></div>
<span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; font-family: Cambria, serif; font-size: 12pt;">Obrigada
Timor! Obrigada Timor por fazeres de mim uma pessoa melhor, por me reiterares a
ideia de que estamos em constante mutação espiritual, por me ajudares a
encontrar 10% de mim própria, por me ensinares que posso comer arroz e frango
com uma colher, que posso viver com menos daquilo que eu pensava, que posso
tomar banho de água fria e não me queixar, por me fazeres deixares de gostar de
expresso e apreciar café timor, por me tornar uma pessoa mais benevolente, pela
maravilhosa água de côco que me ofereces, pela companhia deambulante, por me
fazeres crer que a vida é aquilo que nós queremos que seja e por todos os
momentos e experiências boas que me ofereceste que fizeram crescer a minha
inteligência emocional!</span><span style="font-family: Cambria, serif; font-size: 12pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 14.65pt; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; font-family: Cambria, serif; font-size: 12pt;">Se isto fosse
quantificável teria de pagar um excesso de peso colossal, teria de me chatear
no aeroporto e tentar “subornar” a hospedeira tão querida do aeroporto de Díli,
o que me vale é que as máquinas do aeroporto, portadoras de uma tecnologia de
ponta, ainda só detectam a quantidade e não a qualidade!</span><span style="font-family: Cambria, serif; font-size: 12pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 13.65pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 14.65pt; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 14.65pt; margin-bottom: 0.0001pt;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 13.65pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; font-family: Cambria, serif; font-size: 12pt;">Uma Malai em
Díli</span><span style="font-family: Cambria, serif; font-size: 12pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br />
<br />
<br /></div>
</div>
</div>
Reginahttp://www.blogger.com/profile/02396040743701585489noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7880628793083278288.post-62227747332762926042014-04-01T04:37:00.000-07:002014-04-01T08:38:15.308-07:00Dia 28 de Abril de 2012 Chegada a Díli, Timor-Leste<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm;">
<br /></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "Cambria","serif"; mso-ascii-theme-font: major-latin; mso-hansi-theme-font: major-latin;">Aterrar em Díli, foi como ter
aterrado em outro planeta!</span><span style="font-family: Cambria, serif;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Cambria, serif;">Uma confusão tremenda, mal saí do
avião senti logo na cara o ar quente e perfumando de Timor-Leste! </span><br />
<span style="font-family: Cambria, serif;">O céu estava
carregado, e mal saí do aeroporto caiu um verdadeiro dilúvio.<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Cambria, serif;">"Começar de novo" era a
frase que me pairava na mente a cada km que era feito.<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Cambria, serif;"> Era tudo novo e tudo
diferente, nada era igual ao que eu já tinha visto, nem tão pouco se
assemelhava a Africa,Vietname ou à Indonésia, era Timor Leste!<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Cambria, serif;">Senti que estava completamente
anestesiada, não falava, só ouvia e parecia tudo tão estranho, quanto mais
ouvia as pessoas a falar, com um discurso seguro, confiante e com um sorriso no
semblante mais pequena eu ficava.<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Cambria, serif;">Tentava colmatar estes
sentimentos que literalmente me assolavam os pensamentos sem sequer pedir
permissão com panaceias instantâneas, "tudo tem um motivo de ser",
aquela frase de âmago gigantesco e profundo que exala água oxigenada para as
feridas momentâneas da alma e as desinfecta e mitiga. É confortável pensar
assim, pelo menos temos um norte que subjaz a tudo o que fazemos, mesmo que
seja um disparate. Os meus sentimentos chatearam-se e decidiram dividir-se 70%
nadava em completa amorfidade e os restantes drogados 30% estavam em completa
letargia, os quais foram vencidos rapidamente pelo jetlag.<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Cambria, serif;">De vez em quando lembrava-me,
estou em Timor, essa informação ainda não tinha sido muito bem processada pelo
meu cérebro, mas a minha sombra de 22 kg em forma de mala que me perseguia para
todo o lado ajudava-me a lembrar disso a cada instante. Só me lembrava da
alegoria da caverna de Platão, mas é uma alegoria mais personalizada a minha e
com contornos diferentes em que eu inverto o objectivo da alegoria, neste caso
as amarras a velhas crenças e pensamentos até se avistavam bastante cómodas e
suaves, não as queria libertar, eram o meu invólucro que me protegia e abrigava
e que já tinha a forma do meu corpo. Estava claramente em processo de negação!<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Cambria, serif;">Quando estava na cama, depois de
um dia que mais pareciam 5, lembrei-me de uma oração que me embalou e ajudou a
adormecer " Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que
já tem a forma do nosso corpo e esquecer os nossos caminhos, que nos levam
sempre aos mesmos lugares. é o tempo da travessia, e se não ousarmos fazê-la,
teremos ficado sempre à margem de nós mesmos".<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Cambria, serif;">Ámen<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="background-color: white;"><span style="font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18.200000762939453px;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhtEc8OA8Fmm0bugi9xXlp5w6cgy1ecYYvv7cUfz0SnfnxerRKab5k8lkQgt7EB-mLzaBqM2klDgOthbo-UbOFGmK5wSugwRQTbb3G4PMgurUQiYqnWoojHhWGNcOSXVhx8d5C93A6IhdEZ/s1600/timor+3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhtEc8OA8Fmm0bugi9xXlp5w6cgy1ecYYvv7cUfz0SnfnxerRKab5k8lkQgt7EB-mLzaBqM2klDgOthbo-UbOFGmK5wSugwRQTbb3G4PMgurUQiYqnWoojHhWGNcOSXVhx8d5C93A6IhdEZ/s1600/timor+3.jpg" height="240" width="320" /></a></span></span></div>
Reginahttp://www.blogger.com/profile/02396040743701585489noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7880628793083278288.post-86615888584444195662014-04-01T04:33:00.000-07:002014-04-01T08:41:44.588-07:00Emigrante<blockquote class="tr_bq" style="text-align: justify;">
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
</blockquote>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; font-family: Cambria, serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;">A minha vida há
4 meses atrás era uma autêntica ataraxia. Todos os dias tinham o mesmo sabor,
os mesmos sentimentos, os mesmos pensamentos...como comida que não se gosta e
que se mastiga eternamente para dissuadir o sabor e a mente.<br />
</span><span style="font-family: Cambria, serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Acordar e pensar "não me quero levantar e ir para um
escritório gasto e carcomido por emoções de lassidão" só me apetecia virar
para o lado e fingir que adormeci. Vencida e empurrada pela não resignação
decidi declarar guerra à minha própria vida e colocar-lhe freio, há que colocar
o nosso nome e a nossa hegemonia naquilo que é nosso, certo?</span><br />
<span style="font-family: Cambria, serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Todos os dias das
9h da manhã às 18h eu visitava sites e enviava o meu CV. Este processo foi um
processo preguiçoso e que se movia lentamente, durou meses. Todos os
dias recebia e-mails a agradecer a minha candidatura, mas que neste momento não
estavam a recrutar, o típico, já adivinhava o conteúdo antes abrir os emails.
Chegou um momento em que o quadro mudou de cores e algo de novo se avistava,
lentamente, como se fosse um barco ao fundo do mar, que no início parecia uma
simples canoa e que, conforme me aproximava mais, se transformava num
verdadeiro Titanic, o Inov Contacto. Candidatei-me sem saber sequer para onde
poderia ir, os destinos pareciam-me todos exóticos e a oportunidade
“remunerada”.<br />
<span style="background: white;">O Titanic levou-me parar a Timor!</span><br />
<span style="background: white;"><br /></span></span><br />
<span style="font-family: Cambria, serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="background: white;"><br /></span></span>
<span style="font-family: Cambria, serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="background: white;">Família</span><br />
<br />
<span style="background: white;">Tudo começou obviamente com os comentários
típicos da família:</span></span><br />
<span style="font-family: Cambria, serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="background: white;">- " Ai tão longe!! Não podes trocar? "- dizia a minha mãe intrigada.</span></span><br />
<span style="font-family: Cambria, serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="background: white;">- "Olha se quiseres não vais, não tens de ir, olha agora para Timor..."
- assobiava o meu pai.</span></span><br />
<span style="font-family: Cambria, serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="background: white;">- "Gina tens de ter cuidado com as cobras de coral que atacam
repentinamente, tens de a saber identificar e outra coisa muito importante, se
por acaso houver um Tsunami, foge logo para as montanhas, não te ponhas a
chamar toda a gente, não há tempo para isso, foge mas é!!! - diziam os gémeos com os olhos muito abertos.</span></span><br />
<span style="font-family: Cambria, serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="background: white;"> -"Timor? Que bom!! Isso é uma óptima notícia, parabéns" - dizia alegremente o Lino.</span></span><br />
<span style="font-family: Cambria, serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="background: white;">- "Timor? hmmm...não podia ser mais longe não é? claro que não tinhas de ir
para o fim do mundo.. ainda por cima não tem neve, oh devias era ter ido para o
Chile, aí sim eu podia fazer umas boas férias, agora Timor..." - lamentava-se o Carlos.</span></span><br />
<span style="font-family: Cambria, serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="background: white;"><br /></span></span>
<span style="font-family: Cambria, serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="background: white;"> Um prólogo fantástico que antecede o virar de uma grande página, que mais
parecem 100.</span></span><span style="font-family: "Cambria","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-ascii-theme-font: major-latin; mso-hansi-theme-font: major-latin;"><o:p></o:p></span></div>
<blockquote class="tr_bq" style="text-align: justify;">
<div class="MsoNormal">
</div>
</blockquote>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEggHFSr7OLaQ59IcA5ShZ-XGlY1FNJGLRUgLooo2OZO5xG26aQd1BoogHiBhPuIhia_cz8_IJuAc1UzUmI4OskYx1FjPvEPt8agZTxIRXSkh_MZwEeXqDQc1dcC6XyaCHgPn5PfA7Y26u2Q/s1600/emigrante+2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEggHFSr7OLaQ59IcA5ShZ-XGlY1FNJGLRUgLooo2OZO5xG26aQd1BoogHiBhPuIhia_cz8_IJuAc1UzUmI4OskYx1FjPvEPt8agZTxIRXSkh_MZwEeXqDQc1dcC6XyaCHgPn5PfA7Y26u2Q/s1600/emigrante+2.jpg" /></a></div>
<br />
<blockquote class="tr_bq" style="text-align: justify;">
<div class="MsoNormal">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEggHFSr7OLaQ59IcA5ShZ-XGlY1FNJGLRUgLooo2OZO5xG26aQd1BoogHiBhPuIhia_cz8_IJuAc1UzUmI4OskYx1FjPvEPt8agZTxIRXSkh_MZwEeXqDQc1dcC6XyaCHgPn5PfA7Y26u2Q/s1600/emigrante+2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"></a></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;">
<!--[if !supportLineBreakNewLine]--><br />
<!--[endif]--><o:p></o:p></span></div>
</blockquote>
Reginahttp://www.blogger.com/profile/02396040743701585489noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7880628793083278288.post-4564189186892204712014-04-01T04:19:00.002-07:002014-04-09T08:01:54.082-07:00Os ponteiros do amor<div class="ecxmsonormal" style="background: white; margin-bottom: 16.2pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhbQKvO_UMw4rkxMXV5UxYoioRdxvjwgLaGHVAOwk5u7jiYyjHhfjZWhSANU4FXp7SW-13EYD5uTJ1mAmGRyzgq_ggVFkkxKHYvihkPmpTbTITm1Q9KmamsS-Rv_ZhdmkpoOXJsr71A7QLd/s1600/viuvo.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhbQKvO_UMw4rkxMXV5UxYoioRdxvjwgLaGHVAOwk5u7jiYyjHhfjZWhSANU4FXp7SW-13EYD5uTJ1mAmGRyzgq_ggVFkkxKHYvihkPmpTbTITm1Q9KmamsS-Rv_ZhdmkpoOXJsr71A7QLd/s1600/viuvo.jpg" height="307" width="320" /></a></div>
<br /></div>
<div class="ecxmsonormal" style="background: white; margin-bottom: 16.2pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;">
<div style="background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="color: #444444; font-family: Cambria;">Uma tarde solarenga de Primavera num
banco de jardim! Que brisa deliciosa que me beija as bochechas. Fecho os olhos
e deixo-me escorregar pelos sonhos deleitosos da estação. Que cheirinho a
perfume das flores que espreitam dos canteiros envergonhados. A temperatura
veste-nos a pele e a paixão o coração. Penso <st1:personname productid="em ti. Há" w:st="on">em
ti. Há</st1:personname> </span><span style="font-family: Cambria;">tempos vi-te da janela a passear no jardim, inspiravas alegria a
cada passo e expiravas inspiração. Debruçava-me no parapeito da janela só para
te ver mais perto, porque no amor estes poucos centímetros contam.<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="color: #444444; font-family: Cambria;">O relógio já deu 15h e tu não
apareces. Não quero acreditar que foste roubar inspiração a outro jardim ou a
outro coração, pensar nisso esmorece-me e encontro-me numa manhã de inverno.</span><span style="font-family: Cambria;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="color: #444444; font-family: Cambria;">Avisto um homem ao longe. É muito
baixo para ser quem eu espero. Não podes ser tu.</span><span style="font-family: Cambria;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="color: #444444; font-family: Cambria;">De repente, o homem entra no jardim,
mas o sol inexaurível brincava comigo e, impediu-me de lhe ver os olhos. O
homem emanava desassossego e sabedoria nos passos. A curiosidade, esse
catalisador feminino, encaminhou-me para ele numa dicotomia de desfaçatez e
vergonha ao mesmo tempo. Algo me intrigava.</span><span style="font-family: Cambria;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="color: #444444; font-family: Cambria;">- Desculpe, o senhor por acaso não
está à espera de alguém? – pergunto eu com avidez.</span><span style="font-family: Cambria;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="color: #444444; font-family: Cambria;">- Não, quem eu procurava já me
abandonou há muito. Neste momento só erro pelos jardins para acalmar a saudade
do meu coração que me corrói durante o dia. À noite saro as minhas feridas nas
tabernas, pois os fantasmas noctívagos são mais obstinados. – respondeu-me
aquela alma perdida.</span><span style="font-family: Cambria;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="color: #444444; font-family: Cambria;">- Que vida triste que o senhor deve
ter… - confidenciei-lhe eu.</span><span style="font-family: Cambria;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="color: #444444; font-family: Cambria;">- Triste? Triste é não amar e viver
do amor dos outros! Eu amei com todo o meu coração. Amei tanto que continuo a
amar. Existe maior plenitude que a transcendência de um amor? – disse-me o
senhor com os olhos muito arregalados, tão arregalados que até consegui ver o
meu âmago perplexo.</span><span style="font-family: Cambria;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="color: #444444; font-family: Cambria;">Ele sentiu na minha expressão a minha
anuência tácita e seguiu caminho, acariciando a cada passo todas as flores que
via. Ganhei naquele instante consciência de topo o meu corpo e de todos os meus
músculos. Percebi que o meu coração devoluto não se importa de esperar por ti
todas as horas intermináveis debruçado na varanda. Quero estar pertinho de ti,
dar-te beijinhos com inspiração, o meu amor florido e viver uma primavera
eterna contigo.</span><span style="font-family: Cambria;"><o:p></o:p></span></div>
<u1:p></u1:p>
<u1:p></u1:p>
<u1:p></u1:p>
<u1:p></u1:p>
<u1:p></u1:p>
<u1:p></u1:p>
<u1:p></u1:p>
<u1:p></u1:p>
<br />
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
</div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: start;">
<br /></div>
<u1:p></u1:p>
<u1:p></u1:p>
<u1:p></u1:p>
<u1:p></u1:p>
<u1:p></u1:p>
<u1:p></u1:p>
<u1:p></u1:p>
<u1:p></u1:p>
<br />
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
</div>
Reginahttp://www.blogger.com/profile/02396040743701585489noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7880628793083278288.post-8246913358386647242014-04-01T04:18:00.001-07:002014-04-02T04:26:25.349-07:00O encontro<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<div class="MsoNormal">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjrWuSp2Db7-jemn52xYnibrr58_SrOYYQpsOZ5DAC-hCtMFLWJq3uIUpXsRT4pyNzD-eDJZlHXOy_GQz1EZTZ3F-aUPGQr0owgQpbVoBxpm6GIwjfz2Dw-vSIzOUCBfBJhF79ZYEyCL1J0/s1600/collage.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjrWuSp2Db7-jemn52xYnibrr58_SrOYYQpsOZ5DAC-hCtMFLWJq3uIUpXsRT4pyNzD-eDJZlHXOy_GQz1EZTZ3F-aUPGQr0owgQpbVoBxpm6GIwjfz2Dw-vSIzOUCBfBJhF79ZYEyCL1J0/s1600/collage.jpg" height="320" width="256" /></a></div>
<span style="background: white; color: #444444; font-family: "Cambria","serif"; mso-ascii-theme-font: major-latin; mso-bidi-font-weight: bold; mso-hansi-theme-font: major-latin;">O céu estava cinzento e a chuva
continuava obstinada. As malas estavam feitas e a casa estéril. Tudo se movia
com pés de chumbo, até os ponteiros dos segundos. A minha pressa era maior que
a minha impaciência e, a minha impaciência menor que a inércia. Não sabia de
deveria ir. Fiquei submersa nestes pensamentos pretorianos algumas horas. A
ideia de partir perseguia-me de maneira intermitente.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="background: white; color: #444444; font-family: "Cambria","serif"; mso-ascii-theme-font: major-latin; mso-bidi-font-weight: bold; mso-hansi-theme-font: major-latin;">Tomei uma decisão, a de ir sem
pensar no amanhã de um ficar. Afinal nada me prendia neste país bolorento, tudo
me aborrecia e entediava mas, o conforto da certeza era um sentimento
almofadado que me aconchegava as incertezas. Vou. Escrevi um bilhete a
despedir-me: “Querida casa vou partir! O facto de te conhecer tão bem deixa-me
certa, e certezas com a minha idade não é o que quero ter no bolso. Adorei os
momentos que partilhamos, vou guardar comigo todos os segredos confidenciados,
desesperos e felicidades vividas. Desculpa a exiguidade literária mas estou com
pressa. Um abraço do teu tamanho!”<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="background: white; color: #444444; font-family: "Cambria","serif"; mso-ascii-theme-font: major-latin; mso-bidi-font-weight: bold; mso-hansi-theme-font: major-latin;">Peguei nas malas, passaporte e
vontade de viver e bati a porta. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="background: white; color: #444444; font-family: "Cambria","serif"; mso-ascii-theme-font: major-latin; mso-bidi-font-weight: bold; mso-hansi-theme-font: major-latin;">O trajecto para o aeroporto foi
longo mas suave, sentia que ia ficando mais leve a cada km que percorria. O
encontro estava marcado para as 10h. O tempo era escasso, e a minha sofreguidão
pelo cumprimento escrupuloso do compromisso era colossal. Cheguei 1 minuto
depois da hora marcada. Fui presenteada com o peso ausência, a grande amante da
solidão. Quando cheguei o chão ainda exalava sorrisos sarcásticos da minha
pressa. Ele partiu e não cumpriu. De que vale a pressa? Desprezei o tempo, não lhe dei a atenção de
que era merecedor e ele não esperou por mim, nem um minuto. Gostava de poder
mover o meridiano e ganhar mais uma hora, se bem que me bastava um minuto. Um
minuto foi o tempo que eu precisei para mudar a minha vida. Peguei nesse
minuto, embrulhei-o, dobrei-o em 12h, sem o vincar muito e embarquei. Um minuto.
A fracção de tempo que eu precisei de perder para perceber todo o ecossistema
esotérico e físico que me circundava. Não estou sozinha. Num bambúrrio entrego-me
assim ao mundo apenas num minuto, espero uma eternidade inexaurível de horas de
felicidade e anos infinitos de aprendizagem. Embarco a valorizar todos os
minutos frémitos disfarçados dos relógios inclementes.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
</div>
</div>
Reginahttp://www.blogger.com/profile/02396040743701585489noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7880628793083278288.post-31726517501547480052014-04-01T04:17:00.001-07:002014-04-01T08:25:15.986-07:00O contrato já estava assinado...<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgZhjekzCFqarugYdeS-v7wonnu739nv5lQ_LG1RCkgjzfBvdAn59hTpkqBxpKt0Y6XC-niKCQESRYQwfzMD6vPsJnfziIVWFuMhauodk3lP4PQXTLaAdV3igF-on_asZPjMOKTW-MyCChm/s1600/sereia.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgZhjekzCFqarugYdeS-v7wonnu739nv5lQ_LG1RCkgjzfBvdAn59hTpkqBxpKt0Y6XC-niKCQESRYQwfzMD6vPsJnfziIVWFuMhauodk3lP4PQXTLaAdV3igF-on_asZPjMOKTW-MyCChm/s1600/sereia.jpg" height="320" width="221" /></a></div>
<span style="font-family: Cambria, serif;">Mas o que é que importa? Está
tudo bem, porque se arreliam tanto? Já não se sabe que é assim? Afinal onde
reside a dúvida? Esquece lá isso! O país está recortado em pedaços irregulares,
os nossos reptos oscilam nas ondas do vento e as nossas orações levadas nos
bicos das gaivotas. Vejo telemóveis que nos acenam todos os dias nas ruas, por
aquilo que percebo são iphones, não sei é o modelo mas as mãos são portadoras
de classe numérica. Qual a melhor régua para medirmos o nível de riqueza oca?
Ir ao teatro é caro! Muito bem estamos então no limiar dos 5/10 euros. E ir
jantar no sábado à noite? Ou frequentar a orla de discotecas nocturnas? Isso já
é muito acessível e culturalmente estimulante!<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Cambria, serif;">Que belo paradigma de antíteses
que vivemos nos dias que nos cumprimentam. Os meus olhos ficam confusos com a
ambiguidade dos tempos e com o eufemismo dos sentimentos que nos assolam.<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Cambria, serif;">Os sem abrigo que mendigam nas
calçadas e portas de igrejas, já fazem parte dos mosaicos de contradições da
calçada portuguesa, são moradores residentes numa cidade onde os semblantes
sorridentes são sempre os dos turistas. Emprego é uma quimera e educação uma
mentira. Erram na rua olhares perdidos. O ar está saturado. O largo do Carmo
grita de forma ensurdecedora. País de grandes feitos históricos, mar, mar e
mar, escorregamos para lá e não sabemos nadar! Ficámos ludibriados com o “canto
das sereias”, os capitães não se amarraram aos mastros, nem ordenaram aos
marinheiros que tapassem os ouvidos.<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Cambria, serif;">Candidaturas recheadas de
esperança caiem na caixa de entrada todos os dias, escorregam direitinhos para
um item que aspira todos os emails “itens eliminados”. Telefonemas são
esperados para entrevistas. Pensa-se na roupa que se poderá eventualmente usar.
Pesquisa-se na internet “dicas” para o primeiro contacto com a empresa.
Treina-se o discurso em frente ao espelho da casa de banho. Estuda-se a
empresa. Decora-se a sua sinopse. Vestimos uma cara confiante e simpática.
Adornamo-nos com segurança e profissionalismo. Revemos 100 vezes o curriculum e
imprimimo-lo várias vezes. Os dias passam-se e as semanas seguem-se, brotam
novidades. “Vamos estudar a sua candidatura, obrigada pelo seu interesse!”<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: start;">
<br /></div>
<u1:p></u1:p>
<u1:p></u1:p>
<u1:p></u1:p>
<u1:p></u1:p>
<br />
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: Cambria, serif;">Não há nada a fazer, o contrato
já estava assinado com o amigo do director que tem doutoramento na escola
secundária para o cargo….Saudades do futuro? Nunca senti tanto Pessoa!<o:p></o:p></span></div>
</div>
Reginahttp://www.blogger.com/profile/02396040743701585489noreply@blogger.com11tag:blogger.com,1999:blog-7880628793083278288.post-78567684284511804412014-04-01T04:14:00.004-07:002014-04-02T04:30:29.483-07:00O pensamento insolente<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<div style="line-height: 18pt; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh3c9XErETzuErkL7dmEAICxbqN91h0SEcA7KBmQwjaZ4XkVda4I3-QaHbKuWh8htcreCkdqxVzaak1Gg8IhDmcPFr7zDsIHQOgoEzFZo-ZB7yA7ATfeP2ogvSKalXN1hoUL17zMTIzlkk9/s1600/fearless.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh3c9XErETzuErkL7dmEAICxbqN91h0SEcA7KBmQwjaZ4XkVda4I3-QaHbKuWh8htcreCkdqxVzaak1Gg8IhDmcPFr7zDsIHQOgoEzFZo-ZB7yA7ATfeP2ogvSKalXN1hoUL17zMTIzlkk9/s1600/fearless.jpg" height="320" width="229" /></a></div>
<span style="background: white; color: #444444; font-family: "Cambria","serif"; mso-ascii-theme-font: major-latin; mso-hansi-theme-font: major-latin;">Tantas
certezas suspensas no vácuo do vazio, tão poucas seguranças veementes e tantas
dúvidas que naufragam a implorarem socorro curvadas nas cavernas da alma. Não
existem certezas no nosso caminho a trilhar sob a forma de vida com olhos
pernas e braços. Tudo muda, tudo abraça uma cinestesia ambulante. O tempo
amolece a fúria, domestica a impetuosidade selvagem e coloca freios à
expressão, mas não ao pensamento. O pensamento, ai o pensamento, um eterno
selvagem, sem modos nem etiquetas come primeiro a sobremesa e acaba no prato
principal, coloca os braços em cima da mesa e não limpa os lábios nem mesmo
quando estes estão maculados com mentiras. Nada disso, com aquele ar vespertino
arregaça as mangas e desafia-nos. Que mal-educado que é, sangue quente de
adolescente e irreverência obstinada, lá está ele sentado com o seu ar
fleumático. Passa o tempo por nós, de forma sublime por vezes exorciza-nos do
nosso pensamento prevaricador e ensina-nos a viver em paz connosco e com os
nossos fantasmas burgueses. Acaricia-nos a alma, dá-nos um beijo de boa noite,
queremos cerrar as pálpebras, velar sobre o pensamento e descansar. Bate à
porta a noite, é o sossego do desassossego. Não conseguimos silenciar esta voz
interior que nos assola a cada momento, vem sem aviso prévio, molesta-nos o
coração, verga-nos aos caprichos dela e manuseia-nos como uma marioneta.
Pensamento, o nosso verdadeiro não o heterónimo mas sim o homónimo.</span><span style="font-family: Cambria, serif;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="line-height: 18pt; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="background: white; color: #444444; font-family: "Cambria","serif"; mso-ascii-theme-font: major-latin; mso-hansi-theme-font: major-latin;">Podem
florescer campos infinitos garridos de flores e amor, crianças brincando nas
espumas das ondas, tudo isso é uma verdade indelével para os sentidos. Mas o
pensamento, esse, está sempre à espreita. De olhar soslaio ele absorve-nos com
a sua iridescência mágica e faz-nos tropeçar no mundo das mil possibilidades,
um jogo de espelhos ardiloso, um labirinto que resvala para um afluente
modorrento.</span><span style="font-family: Cambria, serif;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="line-height: 18pt; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="background: white; color: #444444; font-family: "Cambria","serif"; mso-ascii-theme-font: major-latin; mso-hansi-theme-font: major-latin;">Podes entrar,
hoje já não és estrangeiro, já não és estranho. Hoje, aceito-te, com a bandeira
e a espada prostradas no chão. És parte de mim, o meu âmago, catalisador
camuflado de todas as sensações, voz consciente virtuosa das premissas mais
genuínas da vida, és a aprendizagem que vou agarrar mais tarde que agora procrastino
e que, empurro devagarinho com o dedo para o sabor não ser amargo.</span><span style="font-family: Cambria, serif;"><o:p></o:p></span></div>
<br />
<br /></div>
Reginahttp://www.blogger.com/profile/02396040743701585489noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7880628793083278288.post-34539518685644138592014-04-01T04:14:00.002-07:002014-04-09T08:07:43.857-07:00Panaceia: Adam Smith<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGO2l4ey0w00jrXwnT10uMQVYE7N1Yv3LOe9a67rSeYa582ygUOcMDMOKJyTd57Fm4ZMYHpYTsVUUkYgZwPJtPQrHZhZ2n0jVxxLJ6t3c-68TZsphxVA_DxB8IcHDUXMuGrvY8wXsy1QMA/s1600/fugir+ou+ficar.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGO2l4ey0w00jrXwnT10uMQVYE7N1Yv3LOe9a67rSeYa582ygUOcMDMOKJyTd57Fm4ZMYHpYTsVUUkYgZwPJtPQrHZhZ2n0jVxxLJ6t3c-68TZsphxVA_DxB8IcHDUXMuGrvY8wXsy1QMA/s1600/fugir+ou+ficar.jpg" /></a></div>
<span style="line-height: 18.399999618530273px;">Fugir não é sinal de cobardia. Durante toda a minha vida andei a fugir de tudo aquilo que que me molestava o coração. Para quê ficar e assistir às Divinas Comédias do passado? Cumprimentar demónios diariamente no elevador? Sonhar com pesadelos? Prefiro fugir e deitar-me sobre o olimpo da incerteza e entregar-me à beleza do desconhecido. Não gosto de remediar, de tentar sarar, de pisar as feridas, de ficar com sangue nos sapatos. Gosto de fugir, de "dar o sermão aos peixes" às feridas e deixá-las a alimentaram-se de oxigénio enquanto fecham sozinhas. Tudo isto se passa com um processo muito parecido à da mão invisível de Adam Smith, que regula e equilibra tudo. É essa a minha metodologia, até porque nunca percebi muito de mercados e economias tal como não entendo muito das oscilações da oferta e da procura do amor, então fujo e o Adam Smith trata de tudo.Era a frase que mais ouvia nas aulas de micro-economia na faculdade, ficou-me incrementado como uma panaceia. Não sou estóica, compadeço-me com o mal alheio, com os infortúnios e com a austeridade da vida. Prefiro dedicar-me ao epicurismo da alma e ao bucolismo dos sonhos. Como tudo nesta passagem no mundo dos homens é efémero, não vale apena mergulharmos num quarto escuro, sufocante e sem janela. Vou sair pela porta e vou fugir. Faço na mesma o funeral dos meus pensamentos guturais, são todos exorcizados e vão direitinhos para o purgatório mal atravesso a porta. As coisas não são assim tão simples, é todo um processo, nada vai de chofre. Eles vão ter que se confessar e se expurgar de todos os males que me causaram. Têm que ficar imaculados, purificados e esclarecidos acima de tudo, porque se não continuam a pingar cólera lá de cima. Mancham-me a vida e o meu percurso e eu, torno-me um bode expiatório. Não pode ser, cada um foge para diferentes pontos cardeais.</span><br />
<span style="line-height: 18.399999618530273px;"><br /></span>
<span style="line-height: 18.399999618530273px;">A minha alma é indómita e rugosa, não é permeável à minha vontade lacrimosa. Não deixo que a vida me soçobre. A vontade de viver está à frente de mim, somos dois heterónimos de um homónimo. A mesma diz-me que todos os sítios são impessoais e frios até o adornarmos com o nosso amor. Mas, se a cor faz vénia à palidez, o amor fica tão rasteiro que nem o vento dá por ele e, a luz se envergonha perante a solidão e fica morna, eu fujo, porque remediar um amor sem vida é assistir ao meu velório vestida de noiva.</span><br />
<div>
<br /></div>
</div>
Reginahttp://www.blogger.com/profile/02396040743701585489noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7880628793083278288.post-9726339559945681532014-04-01T04:06:00.002-07:002014-04-01T07:51:31.088-07:00O Sr.º Amor<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj46AvURhyTdJmpJbIXsKd9scvJIYdEMorhGasQ1jcIs3F4Oty6xgsWaXt4llec64RBeANzTWV4LdBLs-X3R6B64YvPxfnZNKPNN2e3lpA7zJHGoFDliN7KW25tb0nLzpnNE28CmFK-6MTO/s1600/amor.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj46AvURhyTdJmpJbIXsKd9scvJIYdEMorhGasQ1jcIs3F4Oty6xgsWaXt4llec64RBeANzTWV4LdBLs-X3R6B64YvPxfnZNKPNN2e3lpA7zJHGoFDliN7KW25tb0nLzpnNE28CmFK-6MTO/s1600/amor.jpg" height="320" width="250" /></a></div>
Dia dos namorados, dia em que se
celebra o amor! Vêm-se nas ruas corações palpitantes em cima das cabeças das
pessoas, prendas histéricas a saltar em forma de embrulho para fora das lojas
algemadas a uma mão subordinada a um coração apaixonado. Ramos vermelhos a
colorir a visão dos transeuntes transbordando paixões exaltadas, que fazem
cócegas irritantes aos corações solitários e que, fazem soluçar sorrisos
forçados que se formam bem devagar até aparecerem os dentes onde nós lemos “que
pirosada” mas de quem ouvimos “que flores lindas”. Uma verdadeira antítese de
amor. Ou então, flores mais despidas e pobrezinhas mas rodeadas de versos de
poesia no ar que gritam amor, porque o amor nunca é pobre. Os mais pequeninos
trocam as suas primeiras cartas de amor envergonhado e imaculado na escola,
fazendo brotar assim alguns pedidos de namoro, com as cruzes no “sim, não ou
talvez” que aparecem nas mochilas das meninas (e dos meninos também claro).<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Ah que quadra tão cheia de
sentimento, o nosso coração acorda de um sono profundo e ataráxico no dia 14 e
decide ser lamechas. Ser lamechas é bom, é óptimo! Ele salta para um trapézio
cheio força e exorciza todo o amor reprimido e escondido no coração, sofre uma
morfogénese, respira oxigénio, abre os olhos e vive, o amor vive e explode no
dia 14 como foguetes e caiem pozinhos mágicos do céu (parecidos com aqueles da
Sininho do Peter Pan, sim aqueles que fazem voar).<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Não, como já puderam constatar,
não vou resvalar no <i>cliché</i> de dizer
que sou contra o dia dos namorados argumentando que “o amor deve ser celebrado
todos os dias”, porque isso todos nós sabemos (ou sentimos) nem vou tropeçar na
cólera e dizer-vos que, este dia é uma “tontice”, porque também não concordo
com tal ideia impregnada numa melodia triste de amargura. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Que dia lindo e perfumado! Ficou
ainda melhor quando me deparei com o Sr. Amor, não podia ter sido brindada com
melhor companhia, que maravilha. Corri para o abraçar de braços esticados e
abertos, quando ele me diz:<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
- Ai não me atrapalhes! Falamos depois que agora
estou com muita pressa, não sabes que dia é hoje? Arre! – dizia ele
ofegante a correr e a cambalear ao mesmo
tempo com a sua gabardine bege e chapéu à Carlos Gardel.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Está muito bem, pensei eu
conformada! Já nem o amor tem tempo para mim, encolhi os ombros e continuei o
meu percurso pela rua do Carmo, ladeada de ruas estampadas com corações, com um
número nas vitrinas, 14. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Bem, e assim se passou o dia,
numa narcose de amor constante. A nossa atenção flutua entre o onírico e a
realidade que acabam por se misturar revolucionariamente por osmose. <o:p></o:p></div>
<span style="font-family: "Calibri","sans-serif"; font-size: 11.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US;">No
final deste dia tão quente, quando regressava a casa, voltei a encontrar o Sr.
Amor, aquele desgraçado, mas desta vez ele estava diferente. Estava calmo,
sentado numas escadas lúgubres, ignoto na sombra do seu pensamento. As suas
bochechinhas cor de nácar estavam húmidas, as suas sobrancelhas descaídas com o
pesar do seu desgosto e o seu semblante entorpecido. Aquele quadro de Paula
Rego de amor ba</span><span style="text-align: justify;">baço comoveu-me, aproximei-me
dele com passos tímidos e perguntei-lhe:</span><br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
-Então Sr. Amor, está tudo bem?
Precisa de alguma coisa?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Ele desviou o olhar macilento
para o chão cravado de pastilhas gastas e copos boémios e respondeu: <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
-Sim… preciso de amor, já é dia
15, sinto-me esquecido, com frio e sem encanto, como a Cinderela depois da
meia-noite sem o seu sapatinho – murmurava o Sr. Amor.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
- Entre Sr. Amor, vamos beber um
chá quente os dois, prometo-lhe que daqui a 365 dias se sentirá vivo novamente,
embora o mundo precise de si todos os dias do ano! – sussurro-lhe eu enquanto
fecho a porta de casa.<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg6VGIM2O3pjecdBgVdmkiNcad8TE2slwmypavm8L4hRAfW8_-cQOw4xZm_EgwyL7y1ZGWcZRrQ85li-MDJXsEJNa1E_Q0FBNyi5EEgK0XPVZ1pl6uKcIhJPnGTii5n-fj6CUWWcUweK7Ol/s1600/sr.amor.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg6VGIM2O3pjecdBgVdmkiNcad8TE2slwmypavm8L4hRAfW8_-cQOw4xZm_EgwyL7y1ZGWcZRrQ85li-MDJXsEJNa1E_Q0FBNyi5EEgK0XPVZ1pl6uKcIhJPnGTii5n-fj6CUWWcUweK7Ol/s1600/sr.amor.JPG" height="250" width="320" /></a></div>
<o:p></o:p></div>
Reginahttp://www.blogger.com/profile/02396040743701585489noreply@blogger.com0